O operador financeiro da organização criminosa comandada pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), Carlos Miranda, deixou o presídio de Benfica por volta de meio-dia deste domingo (18).
Ele foi preso há dois anos e segue para prisão domiciliar após ter a delação premiada homologada em dezembro do ano passado. A saída era esperada pelos advogados desde a sexta-feira, mas problemas com a documentação atrasaram a soltura.
Miranda é apontado pelos investigadores como o “braço direito” de Cabral. Agora, ele segue para o regime domiciliar fechado, onde será monitorado através de tornozeleira eletrônica, e vai pagar multa à Justiça no valor de R$ 4 milhões.
O valor, segundo a defesa, já foi disponibilizado. A condenação chegava a 80 anos, mas com o acordo de delação premiada as penas caíram a 20 anos e ele terá que cumprir sete. Depois do segundo ano de cumprimento de pena em regime domiciliar, ele fica um ano e meio no regime semiaberto. Em seguida, um ano e meio em regime aberto.
“No primeiro, ele não vai ter contato, salvo familiares, pode realizar trabalhos de informática, aí vai ficar dois anos. Depois um ano e meio no semiaberto, ele vai poder realizar trabalhos, vai poder sair para trabalhar e estudar. E no aberto, ele fica, digamos, por um controle muito parecido ao que seria um livramento condicional”, esclarece o advogado Daniel Raizman.
Há dois anos ele foi preso na operação Calicute, em novembro de 2016, com o ex-governador. Ele fechou um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal em abril do ano passado. O acordo foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por citar pessoas com foro privilegiado em dezembro de 2017.
Miranda detalhou aos procuradores pagamentos feitos a políticos e pessoas envolvidas nos esquemas de corrupção. A delação deles é um dos principais pontos para a operação Furna da Onça, que prendeu mais sete deputados.