26 de novembro de 2024
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Técnico de Camarões, Seedorf elogia Tite e lamenta saída de Neymar do Barcelona

Técnico de Camarões, Seedorf elogia Tite e lamenta saída de Neymar do Barcelona

As principais atrações de Camarões no amistoso desta terça-feira (20), às 17h30 (de Brasília), no Stadium MK, contra a seleção brasileira estarão no banco de reservas. O técnico é Clarence Seedorf, icônico meio-campista de passagem marcante pelo Botafogo, momentos gloriosos na seleção holandesa, no Real Madrid, e especialmente no Milan. Seu auxiliar é o ex-atacante Patrick Kluivert, velho parceiro de campo.

Em um bate-papo com a imprensa brasileira, ele ressaltou o estágio de nove meses no modesto Boavista-RJ como fundamental para o início de sua vida como treinador, fala sobre Tite no futebol europeu e aborda a influência das redes sociais e suas consequências na rotina de jogadores famosos como Neymar.

Camarões – Talento temos muito. Temos experiência, juventude, criatividade, força física, dinamismo. Temos três goleiros fantásticos. Mas estamos construindo o dia a dia, um grupo fora do campo, com uma base de filosofia e criando condições para que os jogadores possam mostrar isso. Especialmente no ataque, onde precisam se sentir livres. Assim como os brasileiros têm que ter liberdade para criar com a bola, mas nosso foco está em no momento de saber se defender como conjunto, e não cada um fazendo uma coisa diferente, como víamos no passado com equipes africanas.

Amistoso – Fazer um jogo como esse contra o Brasil, um gigante para todos, vai nos dar uma experiência que não tem preço. Independentemente do resultado, do que vai acontecer, a emoção de cada um por jogar contra Neymar e grandes jogadores afirmados mundialmente. Será de importância enorme antes da Copa da África, não teremos nenhum jogo mais importante do que esse. Temos que acreditar e ser competitivos. Queremos fazer um bom jogo. Vamos tentar, com nossas armas, complicar a vida do Brasil. Respeitando, mas acreditando em nossas possibilidades.

Oswaldo de Oliveira – O Brasil me preparou mesmo para ser treinador porque de um dia para o outro fui treinar o Milan, né. É claro que me preparei, fiz todo o curso, mas o Boavista-RJ me ajudou com um grupo de meninos fantásticos. Ainda tenho relação com eles, às vezes a gente manda umas mensagens. Foi muito importante essa experiência. O Oswaldo (de Oliveira) me deu muita abertura para olhar (no Botafogo), falar com ele, discutir com ele e ajudar também com os auxiliares analisando os jogos. Todo esse trabalho me ajudou muito para ter uma preparação que serviu para fazer essa troca de um dia ao outro.

Fãs – Acho que tem muito a ver com a escolha do personagem, o quanto ele quer compartilhar. Outra coisa é que hoje em dia você vai no restaurante e o pessoal filma, fica a uma certa distância, então, é difícil. Hoje, as pessoas pensam que está legitimado filmar quando um cara está jantando com a sua família, com os seus amigos, com quem quer que seja. Está faltando mais essa parte educativa das pessoas para entender que a privacidade tem que se manter, tem que perguntar se pode filmar ou fazer foto. Isso não acontece mais.

Redes sociais – Para quem gostaria de ter mais privacidade ou manter um perfil mais discreto, é sempre mais difícil. Agora, tem outros como o Neymar, como o Dani Alves, né… Porque eu gosto do Dani Alves também, ele mostra muito da sua vida pessoal e é uma escolha. Aí é uma escolha sua. Mas, com certeza, Neymar não tem uma vida fácil porque qualquer coisa que ele faz… Mas faz parte.

Neymar – (Precisa de) Um treinador que dê a ele o que precisa. Ele ainda é jovem, não está há tanto tempo na Europa. Seu talento é indiscutível, ele já é considerado um dos melhores do mundo. Está claro que precisa de um time que o ajude a crescer e possa tirar seu melhor. Não vai fazer isso sozinho. “Foi um pecado ele deixar o Barcelona tão rápido. Mais dois anos e seria diferente, mas seu caminho agora é o PSG. Ninguém joga sozinho hoje”. O Barcelona não ganhou no ano passado com Messi. No Milan, tivemos um jogador tecnicamente muito normal, o Gattuso, mas com tantos jogadores importantes em volta ele cresceu de maneira impressionante. Acho que Neymar precisa jogar com jogadores melhores do que ele. Não tecnicamente, mas que já tenham feito coisas importantes, ganhado coisas, que possam falar coisas para ele, e ele respeitar. Não sei se isso está acontecendo agora, mas espero que sim porque ele nos dá muito prazer. É um dos jogadores que gostamos de ver jogar.

Tite – Eu acho que cada mercado é um pouco fechado para treinador estrangeiro. Provavelmente, onde tem mais estrangeiros é a Inglaterra. Tite pode treinar em qualquer outro lugar, assim como outros treinadores no Brasil. Não é esse o problema de saber treinar. Acho que, sim, a possibilidade, a língua e também porque na Itália, Espanha, eles procuram promover seus treinadores italianos, espanhóis, coisa normal, como no Brasil, que tem poucos estrangeiros também, vai ter mais brasileiros que estrangeiros. É um processo que eu espero que não saiam muito porque precisa também manter os treinadores bons no Brasil porque é um mercado de futebol importante. Mas Tite é um grande treinador para mim. É um trabalho muito bem feito. A Bélgica, para mim, foi o melhor time da Copa. Jogando futebol, com jogadores importantes dos melhores times da Europa. Não foi nenhum escândalo perder para a Bélgica. Antes do Tite ser técnico da Seleção eu já o achava ótimo. Ele mostrou capacidade de criar um time unido, em que um joga pelo outro. É normal que nem sempre vejamos o melhor desempenho, e também há um adversário e temos de respeitar. Mas se comparar ao Mundial de 2014, é óbvio que o Brasil deu um passo à frente muito grande. Precisa de um pouco de sorte, da boa forma de um ou outro jogador. A Alemanha voltou para casa na primeira fase. Outros times importantes nem chegaram, como Itália e Holanda.




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