O presidente eleito Jair Bolsonaro virou assistente de acusação em processo no qual Adélio Bispo de Oliveira responde por ter tentado matá-lo. O pedido dos advogados de Bolsonaro foi aceito pelo juiz Bruno Salvino, da 3ª Vara Federal Criminal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, no dia 31 de outubro. Como assistente de acusação, o presidente eleito poderá ter acesso ao processo e a informações sigilosas contidas nele, como quebras de sigilos telefônicos, bancários e de dados.
O assistente de acusação pode ainda atuar no processo, por exemplo, propondo meios de produzir provas, solicitando que sejam feitas perguntas às testemunhas, participando de debates durante audiência na Justiça e, ainda, recorrendo de decisões judiciais. Em sua decisão, o juiz Bruno Salvino entendeu que Bolsonaro poderia se tornar assistente por ter sido vítima do crime cometido por Adélio, que tentou matar o então candidato à presidência com uma facada. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por “atentado pessoal por inconformismo político”, previsto no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional.
O processo respondido por Adélio está suspenso desde o dia 24 de outubro, quando o juiz Bruno Salvino determinou que o acusado fosse submetido a exames médicos para analisar se tinha capacidade mental de compreender o caráter ilícito do crime cometido por ele, em razão de alguma doença mental, por exemplo. Na última terça-feira, Adélio foi avaliado no presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, por dois psiquiatras selecionados pela Justiça Federal de Juiz de Fora.
Adélio foi preso em 6 de setembro deste ano, após ter esfaqueado o então candidato à presidência Jair Bolsonaro, que fazia um ato de campanha na cidade de Juiz de Fora. De acordo com o MPF, o acusado cometeu o crime por discordar dos discursos e ideias defendidas pela vítima.
O presidente eleito ficou internado durante três semanas. Inicialmente, o político foi atendido na Santa Casa de Juiz de Fora. Ele foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, um dia após ter sido vítima do atentado.