A realidade de um dos principais canais de Salvador foi completamente transformada após a realização das obras de macrodrenagem no canal do Trobogy. Realizadas pela Prefeitura através de convênio com o Ministério das Cidades, no valor de R$ 94,4 milhões, as intervenções englobaram a requalificação, dragagem e recuperação ambiental dos rios Trobogy e Passa Vaca, além de escoamento de água da lagoa da Paralela e recuperação do espelho d’água da lagoa do Vale Encantado.
A entrega da obra será feita nesta sexta (14) pelo prefeito ACM Neto, às 9h30, na Avenida Tamburugy, em Patamares (em frente à Escola Pan-Americana).
Integrante do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais e com duração de dois anos, a obra foi executada pelo Consórcio Baixo Trobogy, vencedor da licitação, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra). A intenção foi acabar com os constantes alagamentos na região da bacia, na Avenida Luís Viana Filho (Paralela), que sofria forte assoreamento devido principalmente às construções nas proximidades dos rios e lagoas, sujeira e degradação da mata ciliar.
Além disso, a medida também envolveu a recuperação ambiental da localidade, principalmente no Rio Trobogy e na área do Vale Encantado, através do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). O plano foi uma exigência da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), através de recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que também acompanhou as obras.
“Toda vez que chovia, a lagoa transbordava e alagava a Avenida Paralela, causando transtornos. Esta é uma obra importante de macrodrenagem, de pavimentação e recuperação ambiental do entorno do canal que trará eficiência tanto para a mobilidade, como para a drenagem de toda a região”, afirma o titular da Seinfra, Almir Melo.
Etapas – As intervenções abrangeram o trecho do Rio Trobogy entre o Shopping Paralela e o Clube do Sesc, em Patamares, e foram divididas em quatro etapas. A primeira delas envolveu lagoa da Paralela, localizada defronte ao shopping e à FTC. Em períodos de fortes chuvas, o nível da lagoa chegava a subir quatro metros e a água invadia a pista, no sentido Centro. A solução foi desobstruir o vertedouro da lagoa, que passa por baixo do canteiro central da via, para que o volume excedente possa desembocar naturalmente no Rio Trobogy.
A segunda etapa foi feita no Rio Trobogy, cujo assoreamento já resultava em trechos com apenas 1,5m de profundidade. Além da limpeza e dragagem, que promoveu a abertura e ampliou a profundidade para até 18m, também foi feita a recuperação da calha do canal, concretada com geocélula, e do leito do rio, que foi “forrado” com pedras. Nas duas margens, foi feita a recuperação da mata ciliar, com plantio de mais de 2 mil mudas de árvores nativas da região.
A Lagoa do Parque Encantado foi o alvo da terceira etapa da obra. Isso porque, ao também sofrer assoreamento, não conseguia acumular suficientemente a água no período chuvoso – situação que resultava nos constantes alagamentos em Patamares. Além disso, em tempos de estiagem, o espelho d’água quase desaparecia – era possível andar pelo meio da lagoa, devido à quantidade de terra presente no fundo, além de forte presença de vegetação não-nativa.
A solução englobou o desassoreamento, com aumento da profundidade em 2m, retirada de esgoto que era despejado no local e implantação de barramento para reter parte da água, garantindo assim a preservação do espelho d’água e da vida da lagoa. Foi realizada, ainda, recuperação da mata ciliar da lagoa.
A quarta e última etapa teve como foco o Rio Passa Vaca, que passa nas imediações da Escola Panamericana, em Patamares. A situação antes do local era de duas manilhas bloqueadas por material de obras irregulares, vegetação e terra. Foi feita, então, a substituição das manilhas por uma grande galeria, além de dragagem que ampliou a profundidade do rio de 1,5m para 10m, facilitando assim a passagem da água.
Foto: Divulgação/SECOM-PMS