Um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) nesta terça-feira (18) apontou que a Bahia, entre todos os estados do Nordeste, é o que tem o maior número de alunos que abandonam a escola antes de concluir o ensino médio.
O site G1 informa que o estudo teve como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e revelou que, a cada 100 estudantes baianos de até 19 anos, apenas 43 concluíram o ensino médio na idade correta. Esse índice deixa o estado distante de outras regiões do país, principalmente a Sudeste. Em São Paulo, por exemplo, a taxa de conclusão chega a 78,3%.
A pesquisa ainda mostrou que dois em cada 10 jovens, com idade até 16 anos, ainda não completaram o ensino fundamental. Desses, 62% nem frequentam mais a escola.
A jovem Jane Oliveira, de 17 anos, do bairro do Vale das Pedrinhas, em Salvador, já repetiu quatro vezes a quinta série do ensino fundamental, e deixou de frequentar as aulas por não gostar de estudar. “Eu não tenho muita paciência de estudar não. E também porque minhas colegas não iam [para a escola], eu pegava e não queria ir também ”, contou a jovem.
Jane tentou voltar ao colégio, mas teve que interromper por conta de uma gravidez. ‘”Eu fiquei até uns meses indo, fiz algumas provas, mas depois eu deixei de ir”, pontuou.
O estudo revelou também as taxas de conclusão são ainda mais baixas entre adolescentes negros e moradores de zonas rurais. Os estudante apontaram vários motivos para não voltar para a sala de aula. Um deles é a falta de professores.
“Um dia o professor estava lá, outro dia não estava. Eu preferi desistir. Uns dias eles iam, outros dias eles não iam. Faltava água”, destacou Bruna da Paz, de 18 anos, que ainda não concluiu a 5ª série e deixou de frequentar a escola.
Os especialistas em educação defendem que é preciso repensar a escolar, para que ela seja mais atrativa.
“O jovem não está aguentando a escola, como o professor também não está aguentando a escola, porque os desafios são enormes, eles têm que lutar por um lado, com um mecanismo opressor do ponto de vista das políticas educacionais e, por outro lado, tem que lutar no sentido de uma juventude vibrante querendo outras coisas. É uma escola que tem que ser um espaço rico de produção de cultura e de conhecimentos. Isso só acontece com as juventudes fortalecidas e professores fortalecidos” apontou Nelson Pretto, mestre em educação.
Por outro lado, a Secretaria Estadual de Educação afirmou que tem fortalecido a grade curricular para ficar mais atrativa.
“A gente tem fortalecido cada vez mais o curriculo do ensino médio, a inserção das linguagens artísticas, da cultura corporal, do esporte e também da ciência e tecnologia, atarvés dos centros juvenis, dos jogos estaduais da rede pública, dos diversos projetos artísticos, sutentando fortalecer as aprendizagens dos estudantes ao longo do ensino médio, criando uma atratividade maior para escola”, contou Tereza Farias, Diretora do Ensino Médio da Secretaria Estadual da Educação.