25 de novembro de 2024
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Papa Francisco diz que Igreja não irá ignorar abusos sexuais

Papa Francisco diz que Igreja não irá ignorar abusos sexuais

O Papa Francisco pediu para que padres que cometeram abusos se entreguem à justiça em sua mensagem anual destinada à Cúria Romana. Segundo ele, a Igreja Católica não vai ignorar as “abominações” dos membros do clero que cometeram esse tipo de crime.

“Para aqueles que abusam de menores eu diria: converta-se e entregue-se à justiça humana, e prepare-se para a justiça divina”, afirmou o pontífice em seu tradicional discurso de Natal divulgado nesta sexta-feira (21).

“Diante dessas abominações, a Igreja não poupará esforços para fazer tudo o que for necessário para levar à justiça quem cometeu tais crimes”, disse.

Embora não tenha ficado imediatamente claro se o papa estava se referindo ao sistema judicial da Igreja, à justiça civil ou a ambos, fontes do Vaticano acreditam que essa era a primeira vez que Francisco fazia esse apelo diretamente, segundo a Reuters.

Em anos anteriores, Francisco usou o discurso de Natal para denunciar casos de corrupção e má administração na Cúria. Porém, desta vez ele se concentrou na crise em torno dos casos de abusos sexuais registrados em vários países.

Francisco reconheceu que a Igreja no passado falhou em tratar o problema seriamente, culpando os líderes que, por inexperiência ou falta de visão, agiram “irresponsavelmente” ao se recusarem a acreditar nas vítimas.

“É inegável que alguns no passado, por irresponsabilidade, descrença, falta de treinamento, inexperiência ou falta de visão espiritual e humana, trataram muitos casos sem a seriedade e prontidão que foram devidas”, disse ele.

“Isso nunca deve acontecer novamente. Esta é a escolha e a decisão de toda a Igreja.”

O próprio Francisco cometeu um erro no início deste ano ao defender com veemência o bispo chileno Juan Barros, da região de Osorio, que era acusado de encobrir casos de abuso. Porém, mais tarde, foi aberta uma investigação e o pontífice pediu desculpas. Ele acabou por aceitar a renúncia de Barros e de outros bispos chilenos.




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