Executivos de grandes redes de varejo representadas pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) se reuniram nesta quarta-feira (26), com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e discutiram temas como a reforma tributária, a lei trabalhista e concessão de crédito no Brasil. Ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o presidente do IDV e sócio da rede de drogarias RD (Raia Drogasil), Antonio Carlos Pipponzi, se disse “entusiasmado” com o encontro.
Participaram da reunião, além de Pipponzi, os presidentes da Riachuelo, Flávio Rocha, da Livraria Cultura, Sérgio Herz, além de outros membros da liderança do IDV e de empresas como Walmart e Saint-Gobain.
Uma próxima reunião de Guedes com o IDV foi agendada para o final de fevereiro. É esperado que o futuro ministro venha ao encontro de um grupo maior de empresários para apresentar a visão do governo sobre temas econômicos e responder a perguntas.
“Temos agendas convergentes com o ministro Guedes”, disse Pipponzi.
Ele destacou que, no tema tributário, o esforço é por aumentar a base de arrecadação de forma que as receitas aumentem sem que a carga seja elevada. Para isso, uma das bandeiras do IDV – e que, segundo o presidente da entidade, é também uma preocupação do governo – é o combate à informalidade na economia.
O executivo afirmou que um dos temas levantados é o da desoneração de mão de obra, defendida pela equipe econômica do próximo governo. Para Pipponzi, a desoneração deve ser feita “com regras iguais para todos”, sem que sejam escolhidos alguns setores para receberem o benefício.
A política de desoneração da folha de pagamento começou a ser adotada em 2011, durante o governo Dilma Rousseff, com a substituição da cobrança de uma alíquota de 20% de contribuição previdenciária sobre a folha de salários por um porcentual sobre o faturamento. O elevado custo do programa, no entanto, obrigou a União a rever essa política a partir de 2015, em meio à forte pressão contrária do Congresso. Atualmente, 17 setores ainda têm o benefício, que acaba para todos no fim de 2020.
O acesso ao crédito de forma mais barata é outra pauta que o IDV pretende tratar. A entidade tem participado de conversas envolvendo mudanças nos meios de pagamento, como por exemplo o debate que levou à redução nas tarifas com operações em cartão de débito.
Uma antiga demanda do varejo é a redução do prazo de recebimento das vendas realizadas no cartão de crédito. O prazo atual é de 30 dias, em média, muito embora tenha crescido no mercado de adquirência a oferta da possibilidade de recebimento em dois dias.