Os conflitos do Israel contemporâneo perderam nesta sexta-feira um de seus principais narradores. Amos Oz, nascido em 1939 em Jerusalém, quando a cidade ainda estava sob o mandato britânico da Palestina, morreu de câncer. A morte de Amos Oz foi confirmada pela filha do escritor e jornalista, que divulgou um comunicado em sua conta no Twitter.
Amos Oz mudou seu sobrenome paterno, Klausner, depois de deixar sua família de imigrantes judeus lituanos e ucranianos para entrar em um kibutz aos 15 anos. Como pacifista, enfrentou a corrente dominante da opinião pública em seu país, por ser favorável à ocupação da Palestina.
O escritor iniciou a carreira com o romance Talvez em Outro Lugar (1966). O mais recente, Judas, foi lançado em 2014. Ele também cultivou o ensaio, com títulos como Sob esta Luz Violenta (1978), As Vozes de Israel (1986) e Contra o Fanatismo, publicado em 2006 em Israel. Como jornalista, abordou os conflitos da sociedade israelense.
Habitual nas apostas para o Prêmio Nobel da Literatura, que nunca recebeu, o escritor foi premiado com o prêmio espanhol Príncipe das Astúrias de Literatura em 2007. Ele também ganhou, dois anos antes, o Prêmio Goethe, dado principalmente para escritores em língua alemã.