A área da barragem que rompeu nesta sexta-feira (25), em Brumadinho, estava prestes a ver uma intensificação na atividade de exploração mineral de ferro. A Vale pediu e o Conselho Estadual de PolÃtica Ambiental (Copam), da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas (Semad), aprovou em 11 de dezembro do ano passado a licença para que a empresa ampliasse a capacidade produtiva da Mina de Jangada e da Mina Córrego do Feijão, estruturas vizinhas, das atuais 10,6 milhões de toneladas por ano para 17 milhões de toneladas por ano.
O jornal O Estado de São Paulo informa que a votação no Copam só teve um voto contrário entre os nove conselheiros que decidiram a questão. Mas ambientalistas apontam uma série de problemas na análise do projeto, como a falta de um mapeamento detalhado dos impactos do novo empreendimento, principalmente na bacia hidrográfica do Paraopeba, cujas águas complementam o abastecimento da capital Belo Horizonte, além de cerca de 50 cidades da região metropolitana e do entorno. A tramitação do pedido se beneficiou ainda de uma mudança em uma deliberação normativa que reduziu as exigências para intervenções de grande potencial poluidor e degradante.
O único voto contrário à aprovação partiu da ambientalista Maria Teresa Corujo, a Teca. Segundo ela, a análise do pedido de ampliação das atividades na mina da Vale foi feito à s pressas. “Não foi apresentado um balanço hÃdrico completo, de quais seriam os reais impactos nas águas do local e do entorno”, disse. “Aquela área já precisa muitas vezes de caminhão-pipa para ser abastecida.” Falta no Estado, disse Teca, esforço maior para aprovar legislação mais rigorosa para segurança de barragens. “Desde o ano passado, temos cobrado na Assembleia Legislativa a aprovação do projeto de lei de segurança de barragens”, afirmou.