Uma operação policiail foi montada nesta quarta-feira (13) para transferir para um presídio federal Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola , apontado como líder do Primeiro Comando da Capital ( PCC ), principal facção criminosa de São Paulo. Outros 21 presos ligados ao grupo criminoso também devem deixar penitenciárias paulistas ainda hoje.
Atualmente, Marcola está na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, onde também ficam presas algumas das lideranças mais perigosas do PCC.
“Estão sendo transferidos 15 presos que estavam na P-2 de Presidente Venceslau e sete presos que estavam no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado)”, afirmou ao jornal O Globo o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), um dos principais investigadores do grupo criminoso.
Um forte esquema de segurança foi montado por forças policiais do estado e da União para fazer o transporte. Marcola deve sair de Presidente Venceslau em um coboio, em direção ao aeroporto de Presidente Prudente, onde deve embarcar num avião das Forças Aéreas Brasileiras (FAB). A distância entre as duas cidades é de pouco mais de 60 quilômetros.
O destino dos presos do PCC não foi revelado por questões de segurança, mas a previsão é que eles sejam enviados a pelo menos três unidades federais diferentes.
A transferência dos chefes da facção paulista vem sendo discutida desde o final do ano passado, quando os serviços de inteligência descobriram um plano para resgatar criminosos em Presidente Venceslau . Na época, o governador Márcio França (PSB) se posicionou contra a medida.
Durante a campanha e os primeiros dias de governo, João Doria (PSDB) se comprometeu a ter uma postura mais dura em relação aos criminosos, em uma tentativa de se alinhar a medidas propostas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
O principal temor de quem era contra a tranferência dos presos era a possibilidade de rebelições dentro dos presídios e ações criminosas nas ruas, como já aconteceu no passado. Nos presídios federais, as regras são mais rígidas.
Em 2001, detentos de 29 penitenciárias iniciaram uma megarrebelião sob a coordenação do PCC. Em 2006, a intenção de remover 765 presos para prevenir outro grande motim deflagrou uma onda de violência no estado. Edifícios públicos e privados foram depredados e destruídos. Ônibus foram incendiados e 439 pessoas foram assassinadas com armas de fogo, entre civis e agentes públicos.