A Moody’s rebaixou o rating em escala global da Vale de Baa3 para Ba1. Além disso, alterou a perspectiva para negativa, quando ela anteriormente estava em revisão para eventual rebaixamento. Com isso, o rating da empresa perdeu o grau de investimento.
A agência diz que desse modo conclui a avaliação para eventual rebaixamento iniciada em 29 de janeiro, em resposta ao rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho.
A Vale tem um risco de crédito maior após o episódio e consideráveis incertezas associadas ao impacto total e às implicações de longo prazo do impacto total no perfil de crédito da empresa, bem como uma exposição significativa a litígios futuros que devem perdurar por anos, afirma a Moody’s.
Segundo a agência, a posição financeira “robusta” da Vale lhe dá um bom colchão para potenciais impactos financeiros, mas o acidente gera preocupações de uma perspectiva social, ambiental e de governança corporativa, “em particular levando-se em conta que ele ocorreu pouco mais de três anos após a ruptura da barreira da Samarco”, também em Minas Gerais.
A Vale e a BHP Billiton são as controladoras da Samarco, a responsável por uma barragem que rompeu em Mariana em 2015, também em Minas Gerais.
Na opinião da Moody’s, após o acidente a Vale articulou um esforço abrangente de resposta, para dar assistência humanitária e ajuda emergencial às vítimas, bem como reforçar o monitoramento e a inspeção de barragens. “Porém segue incerto neste momento a extensão total dos custos, pedidos e o impacto geral no negócio deste acidente sobre a reputação, operações e resultados financeiros da Vale”, afirma a nota.
A perspectiva negativa incorpora incertezas sobre o momento de desembolsos futuros relacionados ao acidente. Para além disso, há riscos com investigações em andamento sobre a causa do acidente e responsabilidades, diz a Moody’s.