O governador do estado de São Paulo, João Doria, anunciou nesta terça-feira (2) a abertura de um escritório comercial na província chinesa de Shangai. O anúncio foi feito após encontro com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, e a delegação do consulado chinês no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
De 3 a 10 de agosto deste ano, uma comissão vai à China, passando por Pequim e terminado em Shangai, na inauguração do escritório, que, segundo o governo, tem o objetivo de facilitar a promoção do comércio, investimentos e o intercâmbio em áreas diversas como agronegócio, infraestrutura e transportes. Este será o primeiro escritório comercial do estado fora do país e, segundo o governo, a expectativa é que a iniciativa seja ampliada para outras cidades chinesas.
“Shangai é a capital dos negócios da China. Hoje, estabelecemos os acordos de cooperação, que serão assinados em agosto, na China, com as seguintes áreas: agronegócios, tecnologia, infraestrutura, logística e transportes, saúde, desenvolvimento econômico, energia e turismo”, disse Doria. Os acordos de cooperação serão assinados durante a viagem, em agosto.
Pessoal, pela primeira vez, o Estado de São Paulo terá um escritório comercial fora do país. Ele será instalado na cidade de Xangai e será 100% financiado pela China. #GestãoInovadora #GestãoEficiente pic.twitter.com/VuoV257gPm
— João Doria (@jdoriajr) 2 de abril de 2019
“O Brasil é um importante parceiro para a China e está em tempo importante de desenvolvimento econômico e político. O estado de São Paulo desempenha sempre um papel importante econômico e social no país. Estamos dispostos a trabalhar junto com o governo do Brasil e com o governador [Doria] para ampliar as cooperações de São Paulo com a China”, disse o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.
Privatizações – “Levaremos também os programas de desestatização do Governo do Estado de São Paulo, todos aqueles que forem pertinentes para as áreas de ferrovias, rodovias, aeroportos, portos e programas de desenvolvimento agrícola”, disse Doria. Entre os potenciais investidores, estão bancos estatais, bancos paraestatais, investidores governamentais e investidores privados.
A ideia do governo estadual é também atrair investidores para os projetos de privatização em São Paulo, incluindo o Porto de São Sebastião. “O Porto de São Sebastião pertence ao governo do estado e ele será privatizado, já é uma decisão sob controle e coordenação do secretário Henrique Meirelles e do nosso vice-governador e secretário de governo, Rodrigo Garcia. Está dentro do nosso programa das 220 áreas de desestatização”, afirmou.
“A China é o principal parceiro comercial do Brasil. Tudo indica que o investimento da China no Brasil ao longo dos próximos anos deverá crescer de maneira substantiva especificamente em São Paulo, que já é o principal destino de investimentos chineses no Brasil, em vários setores. Nos próximos meses, nós vamos inclusive anunciar novos investimentos de indústrias chinesas no estado de São Paulo”, ressaltou o governador.
Questionado sobre o posicionamento do governo estadual em relação ao Porto de Santos, que é federal, Doria disse que é “amplamente favorável à privatização”, alegando que atualmente o maior porto brasileiro opera defasado diante dos padrões internacionais.
“Eu tratei desse assunto com o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, que me disse que, para o segundo semestre, o assunto será colocado em pauta pelo governo. Eu apenas antecipei a ele e ao presidente Jair Bolsonaro, em reuniões em Brasília, que a posição do governo de São Paulo é fortemente favorável à privatização do Porto de Santos”, disse o governador.