A Aldeia Hippie, em Arembepe, na Costa de Camaçari, passará a ser um Parque Ecológico e Museu Vivo, responsável não apenas por preservar toda a área verde, mas a história e a cultura do local. A curadoria do projeto, feita pelo conceituado artista e arquiteto Gringo Cardia, em todo processo respeitou a essência do local, os moradores e o estilo de vida deles, mantendo diálogo, ouvindo e observando o modo de viver.
A Aldeia conta com 31 unidades habitacionais que serão preservadas e transformadas em obras de arte por artistas internacionais, nacionais e locais, que abordarão em suas composições 23 temas. Cada casa acolherá um artista através de painéis de mosaicos de suas obras nas fachadas, esculturas e objetos singulares nos jardins. A aldeia se tornará também um parque ao ar livre, com peças artísticas na natureza, que serão mais um atrativo para os amantes da arte.
O projeto consolidará a Aldeia como um destino turístico internacional de apreciação da natureza e de um modo de vida alternativo e visa criar um museu vivo valorizando a história, seus grandes personagens e os importantes temas da filosofia hippie como a paz, o amor e a liberdade, que se atualizam e respondem aos anseios das novas gerações. A iniciativa prevê um comércio sustentável para os moradores, com serviços especializados e venda de produtos artísticos, além de um calendário de eventos culturais para dinamizar e atrair visitantes durante todo o ano.
“Mais do que um ponto turístico e de lazer, a Aldeia será um local para experimentar novas percepções de arte”, explicou o gestor da Secretaria do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Sedur), Genival Seixas. “A requalificação transformará Arembepe num ponto turístico diferenciado e de alta atração, pois em nenhum lugar da Bahia as pessoas vão encontrar um lugar como este. É um projeto baseado em histórias reais, iniciadas nas décadas de 60 a 70 e que perduram nos dias atuais. Definitivamente, um museu vivo, com moradores remanescentes mantidos no local”, concluiu.
Estrutura – O conteúdo histórico do museu será distribuído por toda a aldeia, de modo que os visitantes circulem e tenham a oportunidade de conhecer bem o espaço. Estão previstas salas com grande tela de projeção e filmes imersivos, e salas menores dentro de quiosques com vídeos da museografia espalhados nas casas da aldeia.
Os visitantes poderão usufruir de muitos entretenimentos como conversar com os moradores, saber suas histórias, mistérios e misticismos, visitar os ateliers dos artistas com seus artesanatos, restaurantes, bares, consultas de terapias corporais, astrologia, quiromancia, projetos educativos e oficinas para crianças, aulas de circo e esportes lúdicos, massagens, festas temáticas, feiras de arte semanais, festas de gastronomia mensais, festas e saraus de poesia e literatura, seminários das novas filosofias do viver e do estar, cursos de fim de semana, apreciar a arte presente nas fachadas das casas, relaxar em locais de estar e piquenique ao ar livre, fotografar esculturas de arte na natureza.
Algumas casas oferecerão o serviço de camping em seus quintais. Por se tratar de uma área de proteção ambiental, as atividades no local respeitarão limite de acesso, sendo aberto para públicos pequenos, de forma que não interfira na rotina dos moradores e no meio ambiente.
Temas – No século XX, os princípios da cultura hippie se espalharam pelo planeta. Muitos encontraram no jeito de ser dos baianos uma identidade e escolheram a aldeia de pescadores de Arembepe como refúgio e a transformaram em um dos pontos de convergência do movimento hippie mundial, atraindo personalidades nacionais e internacionais como Jorge Amado, Vinícius de Moraes, Caetano Veloso, Raul Seixas, Janis Joplin, Mick Jagger, Jack Nicholson e Richard Gere, que como tantos outros artistas e alternativos, se encantaram pelas belezas naturais e a tranquilidade do lugar, que vai ao encontro dos princípios de paz, amor e cuidado com o planeta, pregados pela cultura hippie.
A Aldeia Hippie de Arembepe requalificada será como um espelho onde os valores da filosofia hippie poderão ser vivenciados. Respeitando isso, dentro do projeto serão abordadas 23 temáticas, são elas: a história da Aldeia Hippie de Arembepe; a história do movimento hippie; os hippies visionários e a tecnologia para o bem comum; a Bahia dos anos setenta; o tropicalismo; o rancho de Janis Joplin; os Novos Baianos e o mistério do planeta; e os neo hipsters do século XXI.
Também serão temas abordados Raul Seixas e a sociedade alternativa; circuitos hippies pelo mundo; Ney Matogrosso / Rita Lee / Os Mutantes; os primeiros ecologistas; reciclagem e energias renováveis; fauna, flora e ecossistemas da região de Arembepe; Jorge Mautner o poeta do kaos; o corpo cósmico / visão holística do homem; a arte psicodélica; as filosofias orientais; os Beatles e os hippies; as novas comunidades do século XXI; esoterismos e a Era de Aquário; rodas de conversa sobre os hippies e a Nova Era; e as filosofias da liberdade, da paz e do bem-estar.
Foto: Divulgação/Ascom-PMC