Os venezuelanos amanheceram nesta terça-feira (30) com uma imagem impactante e o anúncio por parte do presidente da Assembleia Nacional (AN), Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, de que “hoje valentes soldados acudiram a nosso chamado”.
Guaidó publicou no inÃcio da manhã um vÃdeo com militares e convidou cidadãos e soldados venezuelanos a sairem à s ruas para participarem do que chamou de “fim definitivo” da usurpação de poder de Nicolás Maduro.
“Povo da Venezuela iniciou o fim da usurpação. Neste momento, me encontro com as principais unidades militares da nossa Força Armada, dando inÃcio à fase final da Operação Liberdade”, escreveu o lÃder opositor em sua conta no Twitter.
En el marco de nuestra constitución. Y por el cese definitivo de la usurpación. https://t.co/3RD2bnQhxt
— Juan Guaidó (@jguaido) 30 de abril de 2019
As versões sobre uma tentativa de golpe de Estado são intensas. Em vÃdeo gravado na base militar de La Carlota, na capital venezuelana, rodeado de militares com a presença do lÃder do partido Vontade Popular (VP), Leopoldo López, que cumprime regime de prisão domiciliar, Guaidó convocou os venezuelanos a irem aos chamados comitês de ajuda de liberdade.
“O 1 de maio de começou hoje, o final definitivo da usurpação começou hoje”, declarou Guaidó, em momentos em que muitos venezuelanos ainda dormiam.
A oposição já anunciara a organização de grandes protestos para esta quarta-feira. Interlocutores da oposição disseram ao jornal O Globo que “está em marcha um golpe de Estado e a fase final da Operação Liberdade”.
No Twitter, Leopoldo López, detido em fevereiro de 2014, afirmou que “começou a fase definitiva para o fim da usurpação, a Operação Liberdade. Ele relatou ter sido solto por militares rebeldes contra Maduro.
“Fui liberado por militares seguindo a ordem da Constituição e do presidente Guaidó. Estou na base de La Carlota. É hora de conquistar a liberdade e a fé”, disse López.
Governo Maduro – Pela mesma rede social, Guaidó reforçou o pedido de mobilização nas ruas até que a Força Armada Nacional e os opositores “consolidassem o fim da usurpação”, que, segundo ele, “já é irreversÃvel”. O lÃder opositor destacou que os militares “tomaram a decisão correta” e que gozam de apoio do povo venezuelano e da Constituição do paÃs.
“Estão partindo as forças (da base) para conseguir o fim da usurpação”, anunciou.
Também pelo Twitter, o ministro do Poder Popular para a Comunicação e a Informação da Venezuela, o chavista Jorge RodrÃguez, informou que as forças do governo “estão enfrentando e desativando um reduzido grupo de tropas militares traidoras que se posicionaram em Altamira para promover um golpe de Estado contra a Constituição e a paz da República”.
“Convocamos o povo a se manter em alerta máximo para, junto à gloriosa Força Armada Nacional Bolivariana, derrotar a tentativa de golpe e preservar a paz. Venceremos”, escreveu RodrÃguez, o primeiro representante do chavismo a se pronunciar.
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, destacou que os militares permanecem “firmemente em defesa da Constituição nacional e das autoridades legÃtimas”. Segundo ele, todas as unidades militares pelo paÃs “reportam normalidade” em suas bases.
“Nós rejeitamos este movimento de golpe que visa a encher o paÃs de violência”, destacou Padrino López.
Desde que se autoproclamou presidente, em 23 de janeiro, Guaidó trabalhou para arregimentar membros das forças militares da Venezuela, principal pilar de sustentação de Maduro no poder em Caracas. Organizou uma operação de ajuda internacional nas fronteiras de Colômbia e Brasil, na esperança de que os soldados deixassem passar as mercadorias e desertassem em apoio à oposição.