27 de novembro de 2024
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Coreia do Norte lança mísseis na direção do Mar do Japão

Coreia do Norte lança mísseis na direção do Mar do Japão

O Estado-Maior das Forças Armadas da Coreia do Sul informou neste sábado (4) que, como parte de um teste de armamentos, os militares norte-coreanos dispararam vários “projéteis de curto alcance” em direção ao Mar do Japão neste sábado.

Inicialmente, não ficou claro de que tipo de armamento se tratava. Suspeita-se que os mísseis partiram de um lançador múltiplo de foguetes. O Estado-Maior sul-coreano está investigando os detalhes do lançamento.

Segundo informações sul-coreanas, os projéteis foram lançados em intervalos de 20 minutos da costa leste do país vizinho.

Eles voaram de 70 a 200 quilômetros e depois caíram no mar. Não se tratava de mísseis balísticos, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap, citando um representante militar.

Se confirmado, o lançamento será o primeiro documentado do país desde que disparou um míssil balístico intercontinental (MBI) em novembro de 2017. Depois disso, a Coreia do Norte declarou que suas capacidades nucleares estavam completas e reiniciou as negociações com os Estados Unidos e a Coreia do Sul.

A Coreia do Norte está proibida de realizar testes com mísseis balísticos de diferentes alcances, assim como testes de armas atômicas. Os mísseis balísticos geralmente podem transportar uma ogiva convencional, química, biológica ou nuclear.

O governo americano não comentou o lançamento. “Estamos cientes das ações da Coreia do Norte. Continuaremos a monitorar como necessário”, afirmou, em Washington, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

Japão – O Ministério da Defesa do Japão disse que os projéteis caíram longe da costa japonesa e que o país não corre nenhum risco de segurança.

No início da semana, o vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son-hui, alertou sobre um “resultado indesejado”, se Washington não ajustar a sua posição sobre as sanções econômicas.

Na sexta-feira, o ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Kang Kyung-wha, declarou que o regime norte-coreano deveria mostrar uma ação de desnuclearização “visível, concreta e substancial”, se quisesse alívio de sanções.

Em sua primeira reunião de cúpula com o presidente dos EUA, Donald Trump, em Cingapura, no ano passado, o líder norte-coreano Kim Jong-un havia concordado em desnuclearizar a península coreana. Etapas concretas não foram acordadas.

As conversações entre o líder norte-coreano e o presidente dos Estados Unidos fracassaram em fevereiro sobre os termos de um potencial arrefecimento de sanções e as nações estão em desacordo desde então.

Comida – Depois da pior safra dos últimos dez anos, a Coreia do Norte reduziu as porções de comida distribuídas à população para um nível jamais visto para esta época do ano, revelou a Organização das Nações Unidas.

Aproximadamente 10,1 milhões de pessoas, cerca de 40% dos habitantes do país, sofrem com a grave escassez de alimentos.

Segundo as Nações Unidas, o governo norte-coreano reduziu para 300 gramas por dia por pessoa as porções de comida distribuídas. Além da redução na quantidade de alimentos, a diversidade alimentar no país é mínima, muitos sobrevivem comendo só arroz e repolho.

A avaliação da situação alimentícia foi feita pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), a maior agência de ajuda humanitária da ONU.

A porta-voz do PMA em Genebra, Herve Verhoosel, afirmou que a comida está sendo racionada por conta da safra ruim. A produção de alimentos no país foi impactada por períodos de seca, ondas de calor e inundações. “Sem apoio humanitário, milhões podem sofrer com a fome”, advertiu Verhoosel.

A situação é “particularmente preocupante para crianças pequenas e para mulheres grávidas e lactantes, que são as mais vulneráveis à desnutrição”, segundo a ONU.

Especialistas do PMA e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) visitaram a Coreia do Norte de 29 de março a 12 de abril a pedido do regime de Kim Jong-un para realizar a avaliação.

Produção agrícola – A missão estabeleceu que a produção agrícola no país no último ano foi de 4,9 milhões de toneladas, o pior número desde 2008-2009 e que representa um déficit de 1,36 milhão de toneladas (incluindo as importações) em relação à quantidade mínima necessária.

As doações de alimentos da Rússia, Canadá, França, Suécia e Suíça ao país através do PMA estão longe de cobrir as necessidades mais vitais da população norte-coreana.

“Tememos que, diante da ausência de uma assistência externa significativa, as porções de alimentos distribuídas pelo governo sofram ainda mais cortes nos meses críticos, que vão de julho a outubro, o período entre safras na Coreia do Norte”, alertou o PMA.




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