O Brasil registrou superávit comercial de US$ 6,422 bilhões (R$ 25 bilhões) em maio, divulgou o Ministério da Economia nesta segunda-feira. As exportações somaram US$ 21,394 bilhões no perÃodo, enquanto as importações alcançaram US$ 14,972 bilhões. O resultado é o melhor para meses de maio desde 2017, ano de superávit recorde para o mês.
Pela média diária, as importações aumentaram 7,8% ante maio do ano passado, enquanto as exportações cresceram 5,6%. No acumulado entre janeiro e maio, as importações cresceram apenas 0,8% sobre um ano antes.
Herlon Alves Brandão, diretor do Departamento de Inteligência e EstatÃsticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, associou o lento crescimento das importações ao cenário de economia ainda debilitada.
“Com uma renda menor, você consome menos bens, e a tendência é que você importe menos”, disse, citando a queda do PIB (Produto Interno Bruto).
Na semana passada, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica) divulgou que o PIB sofreu contração de 0,2% no primeiro trimestre sobre os três meses anteriores. Esta foi a primeira queda trimestral desde o fim de 2016, confirmando o quadro de dificuldades para a retomada e as preocupações com as perspectivas à frente.
Para 2019, a projeção do governo é de um superávit de US$ 50,1 bilhões , conforme estimativas divulgadas em abril e que devem ser revistas no próximo mês.
No mercado, economistas veem um saldo positivo de US$ 50,5 bilhões para as trocas comerciais neste ano, conforme pesquisa Focus mais recente.
Destaques – Em maio, as importações foram puxadas por combustÃveis e lubrificantes, com aumento de 27,5%, seguido por bens de capital, que cresceram 16,4% e bens intermediários (+6,4%). As compras de bens de consumo, contudo, registraram queda de 6,5%.
Já no caso das exportações, o destaque foram as compras de manufaturados, que subiram 29,5% em relação ao ano anterior, a 7,348 bilhões de dólares. Logo depois vieram os semimanufaturados, com alta de 15,4%, a US$ 2,902 bilhões.
Os básicos foram os maiores em valor de venda (US$ 11,144 bilhões), mas fecharam o mês com volume exportado 3,9% abaixo de maio de 2018.
Brandão ainda vê crescimento das exportações de carne do Brasil à China, por causa da peste suÃna africana que tem atingido o paÃs asiático. O diretor, porém, evitou comentar a suspensão de exportações de carne bovina do paÃs à China após a confirmação de um caso atÃpico de doença de “vaca louca” em Mato Grosso.