‘A visão do Ministério da Economia é que a precificação de carbono é uma política estratégica que pode trazer muitos benefícios para o Brasil.’ A declaração da coordenadora geral de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Secretaria de Política Econômica, do Ministério da Economia, Ana Luiza Champloni, marcou o Painel de Precificação do Carbono, evento paralelo da Semana do Clima América Latina e Caribe, uma iniciativa da ONU, que acontece esta semana em Salvador (BA). O painel foi realizado nesta segunda-feira (19) pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), Carbon Pricing Leadership Coalizion (CPLC) e Votorantim Cimentos.
“O impacto positivo da precificação do carbono é um marco. As pessoas não estão interessadas em novos impostos. Hoje, o governo vê o mercado de carbono como uma alternativa mais viável para se precificar o carbono”, disse a representante do Ministério da Economia no evento regional da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) que antecedem a reunião do clima (COP-25), em dezembro, no Chile. De acordo com ela, os avanços que o CEBDS está alcançando com o setor empresarial influencia diretamente na economia brasileira e nas finanças do país.
“A vantagem competitiva do Brasil na oferta de redução de emissões de gases do efeito estufa é uma oportunidade para atrair investimentos privados nacionais e internacionais e incentivar o desenvolvimento tecnológico no país”, afirmou Marina Grossi, presidente do CEBDS, instituição que apresentou no ano passado uma proposta para criação de um mercado de carbono no Brasil, apontando caminhos para que isso fosse incorporado pelas empresas. Com base energética e florestal limpa, o Brasil tem vantagens comparativas no mercado de carbono com uma oferta de reduções reais de emissões, com custo competitivo em relação à maioria dos países desenvolvidos.
Para Fabio Cirilo, consultor de eficiência energética da Votorantim Cimentos, empresa associada ao CEBDS, a precificação do carbono já é uma realidade: ” O preço do carbono está subindo e isso tem um impacto no negócio. Precisamos entender esse desafio. Estamos fazendo nossa parte para reduzir a emissão de carbono e a precificação é uma das respostas. Entendemos que o desafio de reduzir também não é só sobre meio ambiente. Mas sobre economia também”, disse.
Ângela Kallhauge, representante da CPLC, ressaltou que a entidade tem o objetivo de agregar forças ao redor do mundo para advogar a favor da precificação do carbono e comunicar a iniciativa o mais efetivamente possível: “É louvável o empenho que o setor privado exerce junto ao setor público, facilitando as ações conjuntas. É assim que a CPLC trabalha: em conjunto, dialogando.”