Dentro da programação da Semana do Clima da América Latina e Caribe, no Salvador Hall (Paralela), será realizado nesta quarta-feira (21), às 16h, o bloco temático Soluções Baseadas na Natureza – Ecossistemas Oceânicos e Recursos Hídricos. Coordenada pela organização não-governamental The Future Ocean Aliance (FOA) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a atividade contará com a presença do vice-prefeito Bruno Reis.
O debate visa promover troca de experiências, identificando cases de sucessos, necessidades e desafios para obter recomendações que possam melhorar a resiliência e adaptação de impactos nas áreas oceânicas e costeiras. Na ocasião, será apresentado o relatório especial elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em 2018, acerca do “Aquecimento Global de 1,5°C Acima dos Níveis Pré-industriais”.
O documento é um dos textos científicos mais importantes sobre a mudança climática e orienta a tomada de decisões dos governos no aprimoramento de seus compromissos climáticos nacionais em relação ao Acordo de Paris.
O relatório deixa claro que permitir que as temperaturas globais subam 2°C acima dos níveis pré-industriais terá consequências ainda mais devastadoras ao planeta, acarretando na perda de habitats naturais e de espécies, na diminuição de calotas polares e no aumento do nível do mar, trazendo ainda efeitos diretos na saúde populacional e no crescimento econômico.
Além de Bruno Reis, o bloco temático terá apresentações do titular da Secretaria de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis), André Fraga; de Tomasz Chruszczow, membro da Parceria de Marrakesh para a Ação Climática Global (MPGCA) da Convenção-Quadro das Nações Unidas; de Isabel Torres de Noronha, presidente da Future Ocean Alliance; e de Thelma Krug, vice-presidente do IPCC.
Também farão parte do debate: Carlos Fuller, presidente e principal negociador da AOSIS; Telma Rocha, coordenadora da fundação Avina; Olivier Robinet, chefe do Departamento de Assuntos Internacionais do Ministério da Transição Ecológica e Inclusiva, da França; Frederico Saraiva Nogueira, vice-presidente do COI/ Unesco; e Raúl Delgado, especialista chefe em Mudança Climática do BID.
Impacto – Além de aquecimento global, o aumento de emissões de gases do efeito estufa na atmosfera também tem provocado efeitos devastadores na vida marinha e na saúde dos oceanos, como perda de oxigênio nos mares, a morte de recifes de corais e acidificação das águas.
Mais de 90% da energia armazenada pelos gases do efeito estufa, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), vão parar nos oceanos, o que consequentemente provoca o aumento da temperatura nesses ambientes.
A presidente da Future Ocean Alliance, Isabel Torres de Noronha, uma das palestrantes do bloco temático Soluções Baseadas na Natureza – Ecossistemas Oceânicos e Recursos Hídricos, da Semana do Clima em Salvador, conta que 80% da poluição no mar são provenientes dos resíduos produzidos pelo ser humano na terra. “Volumes de águas tóxicas afetam a segurança alimentar e a saúde, exatamente porque os peixes ficam impróprios para consumo e as pessoas, ao comê-los, podem ficar doentes”.
Isabel acrescenta que, além da pesca, o turismo também sofre com os impactos dos oceanos e que é necessário investir em infraestrutura verde e na preservação de ecossistemas como recifes e mangues, já que estes também capturam o dióxido de carbono.