O presidente Jair Bolsonaro retuitou, na tarde deste domingo (25), um vídeo de uma conversa vazada entre a chanceler federal alemã Angela Merkel , o presidente francês Emmanuel Macron e o premier britânico Boris Johnson em que os líderes europeus discutem as queimadas na Amazônia e afirmam que iriam contactá-lo para dialogar sobre a questão. Na filmagem, Merkel elogia o empenho de “forças significativas” do governo brasileiro no combate aos incêndios e diz que irá contactar Bolsonaro na próxima semana para que o presidente ‘não fique com a impressão de que se está trabalhando contra ele’.
“Desde o princípio busquei o diálogo junto aos líderes do G7, bem como da Espanha e Chile, que participam como convidados. O Brasil é um país que recupera sua credibilidade e faz comércio com praticamente o mundo todo”, tuitou o presidente.
“Somos uma das maiores democracias do mundo, comprometidos com a proteção ambiental e respeitamos a soberania de cada país. Meu muito obrigado a dezenas de chefes de estado que me ouviram e nos ajudaram a superar uma crise que só interessava aos que querem enfraquecer o Brasil!”, completou.
Na filmagem, realizada durante uma reunião durante o encontro do G7 em Biarritz, na França, é possível ouvir Angela Merkel dizer que irá telefonar para Bolsonaro na próxima semana para que o presidente brasileiro “não fique com a impressão de que estou trabalhando contra ele”.
Em seguida, Johnson, premier britânico empossado no dia 24 de julho, disse achar o contato de Merkel “importante”. Macron, por sua vez, pergunta de quem o grupo está falando e, após a chanceler alemã afirmar que tratava-se de Bolsonaro, o líder francês começa a esboçar uma resposta, um dedo é visto na frente da câmera e a transmissão foi interrompida.
Anfitrião da reunião do G7, Macron levou a questão dos incêndios na Amazônia ao encontro e pediu “mobilização de todas as potências” para ajudar o Brasil e os demais países afetados pelas queimadas. O líder francês chegou a afirmar que Bolsonaro mentiu sobre compromissos climáticos e declarou que será contrário ao acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul — posicionamento endossado por membros pequenos do bloco europeu, mas questionada por Merkel e Johnson.