A Odebrecht tentou implacar a ideia da necessidade de barrar a Lava Jato, em seu primeiro ano de operação, enquanto tentava influenciar políticos. As informações publicadas nesta segunda-feira (23) na Folha de São Paulo, apontam que documentos ligados à empresa, anexados à operação, retratam a apreensão de Marcelo Odebrecht e de seus auxiliares com o andamento da força-tarefa em 2014 e 2015.
Os dados são de antes da prisão de representantes da empresa, em junho de 2015, e do acordo que revelou o pagamento de propina em 12 países.
Segundo informações, o objetivo dessas conversas era mostrar à então presidente Dilma Rousseff que seu governo poderia ruir, caso não houvesse uma reação contra a Lava Jato.
Os e-mails datam de novembro de 2014. Na época, a Odebrecht ainda não tinha sido alvo da operação. A “falta de atuação do STF com relação às alegações de usurpação de competência e foro” teria sido uma das reclamações apontadas.
Prisão – Marcelo Odebrecht foi detido em junho de 2015, junto com outros quatro executivos da empresa, por ordem do então juiz Sergio Moro. A Odebrecht negociou um acordo coletivo de colaboração em 2016, após confissões de uma secretária sobre propinas. Naquele ano, Dilma acabou sendo afastada do cargo.
Procurada pela Folha, a ex-presidente não se manifestou.