O ex-presidente Michel Temer disse, em nota, que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, “é mentiroso contumaz e desmemoriado” e revelou-se um “homicida-suicida”. Janot disse que, antes do impeachment de Dilma Rousseff (PT), recebeu um pedido avalizado pelo então vice-presidente para proteger o deputado federal Eduardo Cunha (MDB-RJ), que comandava a Câmara na ocasião.
“O ex-Procurador Janot, além de mentiroso contumaz e desmemoriado, revela-se um insano homicida-suicida. As ocasiões em que esteve comigo foram para detratar e desmoralizar os possíveis integrantes de lista tríplice para Procurador-Geral da República e para sugerir que nomeasse alguém fora da lista. Não merece consideração”, escreveu Temer.
Janot afirmou à revista Veja que o encontro ocorreu no Palácio do Jaburu e o pedido para poupar Cunha foi feito pelo ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves — a reunião foi testemunhada pelo petista José Eduardo Cardozo, que confirma.
“Ele (Temer), depois de um pequeno rodeio, falou assim: ‘Estamos aqui para conversar não com o procurador-geral, mas com o patriota’. E entra o Henrique Eduardo Alves e reafirma: ‘Estamos aqui falando com o patriota e queríamos chamar o senhor para não permitir que o Brasil entre numa ‘situação de risco’. Esse homem é um louco. O senhor tem de parar essa investigação’. O louco era o deputado Eduardo Cunha”, disse Janot na entrevista.
Alves foi ao Twitter atacar Janot, dizendo que ele “agride os fatos e a verdade”. “Hoje, nos primeiros vazamentos dessa publicação para imprensa, é relatado diálogo mentiroso que jamais participei, de momento que não condiz com a História, usando palavras e pleitos que não refletem minha forma de agir, me expressar e muito menos ouvir”, escreve o ex-ministro.
O antecessor de Raquel Dodge, que deixou a chefia da PGR recentemente, que no momento mais tenso de sua passagem pelo cargo, chegou a ir armado para uma sessão do STF com a intenção de matar Gilmar a tiros. “Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele e depois me suicidar”, afirmou Janot.