A equipe brasileira masculina do revezamento 4×100 metros voltou a mostrar força no Mundial de Atletismo ao quebrar neste sábado, em Doha, o recorde sul-americano desta prova. O quarteto formado por Rodrigo Nascimento, Vitor Hugo dos Santos, Derick Silva e Paulo André cravou o tempo de 37s72 na final no Catar. A marca, porém, não foi suficiente para garantir um lugar no pódio ao time nacional, que terminou em quarto lugar.
A medalha de ouro foi conquistada pela equipe dos Estados Unidos, composta por Cristian Coleman, Justin Gatlin, Michael Rodgers e Cravon Gillespie, que ficou na primeira posição ao cruzar a linha de chegada em 37s10.
A prata foi obtida pela Grã-Bretanha e assegurada com a performance de Adam Gemili, Zharnel Hughes, Richard Kilty e Nethaneel Mitchell-Blake, que terminaram a prova com o tempo de 37s36. No dia anterior, eles haviam sido os líderes das eliminatórias, com 37s56.
O pódio foi fechado pelo time do Japão, formado por Shuhei Tada, Kirara Shiraishi, Yoshihide Kiryu e Abdul Hakim Sani Brown, que garantiu o bronze com a marca de 37s43.
Os brasileiros não conseguiram uma medalha, mas deixaram a pista de disputas em Doha satisfeitos com o ótimo desempenho que apresentaram, pois derrubaram uma marca continental que perdurava desde os Jogos Olímpicos de Sydney-2000. Eles já haviam igualado o tempo obtido há 19 anos na Austrália nas eliminatórias da última sexta-feira, quando marcaram 37s90 e avançaram à final, objetivo que também assegurou ao País uma vaga na Olimpíada de Tóquio-2020 nesta prova.
“Fizemos essa marca muito boa, a realidade do Brasil hoje é o 4x100m. Vamos melhorar individualmente para trazer bons resultados no 4x100m. Continuem confiando na gente, Tóquio é logo ali”, afirmou Paulo André, em entrevista ao SporTV após a final.
Rodrigo Nascimento também exaltou o desempenho do quarteto nacional. “A gente conseguiu correr na casa dos 37s, que era o nosso objetivo. Acredito que a gente saia muito feliz com tudo o que aconteceu. Vou mais enaltecer este resultado, este quarto lugar, do que lamentar”, disse o velocista.
Derick Silva, por sua vez, destacou que a equipe brasileira corrigiu os erros cometidos no qualificatório de sexta-feira para melhorar a performance neste sábado. “No aquecimento hoje conseguimos ajustar o que a gente errou nas eliminatórias e dentro da prova a gente acertou o que a gente tinha errado ontem e deu este resultado que deu hoje”, disse. “O resultado foi um recorde sul-americano fantástico”, acrescentou Vitor Hugo.
Feminino – A final prova feminina do revezamento 4x100m do Mundial foi vencida pela equipe jamaicana, com Natalliah Whyte, Shelly-Ann Fraser-Pryce, Jonielle Smith e Shericka Jackson brilhando com o tempo de 41s44, novo recorde da competição.
A prata ficou com a Grã-Bretanha, com 41s85, e bronze com os Estados Unidos (42s10). O Brasil chegou a se classificar para a final na última sexta-feira, mas foi desqualificado pouco depois da prova pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), que apontou que uma das brasileiras invadiu a raia de uma adversária durante a disputa.