26 de novembro de 2024
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Investigações indicam que óleo derramado no litoral do Nordeste foi extraído na Venezuela

Investigações indicam que óleo derramado no litoral do Nordeste foi extraído na Venezuela

Investigações sigilosas realizadas pela Marinha e Petrobrás encontraram petróleo com a mesma “assinatura” do óleo da Venezuela em manchas que se espalham pelo mar na região Nordeste. O poluente já foi identificado em mais de 130 pontos no litoral dos oito Estados da região. Nesta terça-feira (08), o presidente Jair Bolsonaro disse não descartar que tenha sido uma ação criminosa, mas ponderou que a apuração sobre o caso ainda está em curso.

Segundo uma fonte da alta cúpula do governo ouvida pelo jornal O Estado de São Paulo, trata-se do mesmo tipo de óleo extraído da Venezuela. A conclusão já foi comunicada ao Ibama, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente. Não é possível dizer que todo o vazamento que atinge as praias do Nordeste tem a mesma origem, mas análises já realizadas em algumas manchas concluíram, com 100% de certeza, que se trata de material de origem venezuelana.

Por conta do derramamento de óleo, o projeto Tamar suspendeu a devolução de filhotes de tartaruga marinha na costa do Nordeste. Nesta terça, a mancha de óleo atingiu a Praia do Forte, região turística na Bahia.

Sigilo – O governo tem tratado o tema com total sigilo. A Marinha e a Polícia Federal analisam amostras e ainda não deram informações sobre a origem do acidente. A Petrobras se limita a informar que não se trata de material processado ou comercializado pela empresa.

Nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que há a possibilidade de que o derramamento de óleo em praias do Nordeste tenha sido criminoso. Ele, no entanto, ponderou que as investigações ainda estão em curso e evitou comentar sobre o envolvimento de outros países.

O Estado questionou a Petrobrás sobre a possível presença de óleo da Venezuela nas instalações da refinaria Abreu e Lima, estrutura que, em princípio, seria construída com a parceria da estatal venezuelana PDVSA. A Petrobrás informou que nunca processou óleo de origem venezuelana em Abreu e Lima, nem mantinha estoque de produtos daquele país em suas instalações.

Por meio de nota, a Petrobrás declarou que a análise realizada pela empresa em amostras de petróleo cru encontrado em praias do Nordeste “atestou, por meio da observação de moléculas específicas, que a família de compostos orgânicos do material encontrado não é compatível com a dos óleos produzidos e comercializados pela companhia”.

Os testes foram realizados nos laboratórios do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), no Rio. “Desde 12/9, a Petrobras realizou, por solicitação do Ibama, limpeza de praias que apresentaram manchas de óleo nos últimos dias, nos estados de Alagoas, Sergipe, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte e Bahia. O trabalho é realizado pelas equipes do Centro de Defesa Ambiental da Petrobras, nas praias indicadas pelo órgão ambiental”, informou.




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