Os fiéis que participaram da Missa na Catedral Metropolitana de Salvador na manhã deste sábado (30) puderam vivenciar dois momentos importantes: a consagração do novo altar da Igreja Mãe da Arquidiocese de Salvador e a Ordenação Diaconal de Francisco José Homem Bittencourt. A Celebração Eucarística foi presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, e concelebrada pelo bispo auxiliar Dom Hélio Pereira dos Santos e por padres de diversas paróquias. A partir de agora, Arquidiocese de Salvador passa a contar com 105 diáconos permanentes incardinados.
O rito de consagração do altar aconteceu logo no início da Missa, quando Dom Murilo ungiu o altar com o óleo do Santo Crisma, consagrado na manhã da Quinta-feira Santa, durante a Missa da Unidade. “Para nós, o altar é Cristo: é Ele o altar e a vítima. Ele que se oferece no altar ao Pai, então o altar lembra aquilo que já vimos no Antigo Testamento: era sobre o altar que eram feitas as ofertas a Deus – carneiros, cordeiros – agora é o próprio Cristo, Cordeiro Pascal, que se apresenta ao Pai”, disse Dom Murilo.
O Arcebispo lembrou, ainda, que até o Concílio Vaticano II, os padres celebravam as Missas de frente para o sacrário. Portanto, com a renovação litúrgica em meados da década de 1960, as Igrejas mais antigas precisaram ser adaptados. “O altar que estava era um altar provisório. Nós queríamos algo definitivo, mais solene, mais próprio. Se estudou bastante até chegar ao altar que nós temos agora, afinal o altar é o centro da Igreja. Além disso, nós queríamos colocá-lo mais próximo das pessoas para as aproximar da Celebração. Então, nós vamos dedicá-lo porque é uma exigência que o altar de Igrejas muito importantes sejam consagrados ao Senhor para dizer que ali só se realizam atos religiosos”, afirmou.
De acordo com o padre Abel Pinheiro, um dos primeiros pedidos que Dom Murilo o fez assim que ele tomou posse como pároco da Catedral Basílica, em fevereiro deste ano, foi para que o altar provisório fosse substituído. “Nós, eu, padre Hans e o diácono Raimundo Moreno, descobrimos que aqui tinha uns frontões de altar, ou seja, fachadas de altar de 330 anos atrás que estavam guardados em um depósito, mas estavam estragados. Eles são de casco de tartaruga e marfim”, conta.
Para que este altar pudesse ser restaurado, uma família que participa da paróquia da Catedral fez uma doação no valor de R$ 16 mil. “Com isso, nós contratamos um restaurador italiano que, durante três meses, trabalhou com a sua equipe para restaurar este frontão e deixar com a beleza que está, completou o padre Abel.
Servo do Senhor – Depois da Dedicação do Altar, Dom Murilo seguiu o rito litúrgico para a Ordenação Diaconal de Francisco José Homem Bittencourt. Logo após a proclamação do Evangelho o candidato ao diaconato foi apresentado ao Arcebispo pelo padre Adilton Pinto Lopes, diretor da Escola Diaconal.
“A partir da sua ordenação, Francisco José, o que a Igreja mais vai esperar de você como diácono é que seja para todos sinal de alegria e de serviço. Será também o seu papel preparar a comunidade para que possa ter todas as graças que o Pai quer distribuir aos seus filhos, e Ele coloca estas graças nas mãos da Igreja, da qual você se torna servidor”, disse Dom Murilo durante a homilia.
Após a homilia, o candidato ao diaconato se comprometeu a ser fiel a Cristo e a Igreja. Em seguida, prostrou-se ao chão, enquanto toda a assembleia entoava a Ladainha de Todos os Santos. Terminada a Ladainha, Dom Murilo impôs as mãos sobre a cabeça do ordenando.
Em seguida, a esposa de Francisco José se aproximou segurando as vestes diaconais e as estolas, para que ele fosse vestido, com a ajuda do padre Abel Pinheiro e do diácono Raimundo Moreno. Já ordenado, o diácono recebeu o Evangeliário, que é o livro dos Evangelhos.
“Há 23 anos que eu esperava por este momento, desde o tempo de Dom Lucas. Dom Lucas me disse que ‘tudo era no tempo de Deus’, e desde então eu vim me preparando. Neste tempo de preparação, eu atuei na paróquia de Amaralina fiz visitas a hospitais, fiz exéquias, fiz cinco anos de Teologia e quatro anos de Filosofia. Esse momento de hoje é um momento de graça, porque a gente fica mais perto de Deus e nós nos aproximamos do Cristo Servo, servindo tanto na Palavra quanto no atendimento aos pobres”, disse o novo diácono.
Texto e foto: Pascom/Arquidiocese de Salvador