A suposta elaboração de um plano para resgatar o traficante Marcos Camacho, o Marcola, principal nome do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do país, colocaram em alerta o Ministério da Justiça (MJ), que se viu obrigado a acionar as Forças Armadas.
Marcola, que está preso desde 1999, fica numa unidade federal próximo ao complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. O Comando do Exército foi acionado e tropas do Comando Militar do Planalto reforçam o patrulhamento, de acordo com o jornal carioca Extra.
Apesar da informação, nem o MJ, nem a Defesa admitem que a operação está relacionada com o presumível plano para liberar Marcola.
O real motivo do reforço na segurança na área da Papuda foi noticiado pelo site Metrópoles e confirmado pelo O Globo. Relatórios de inteligência informam que um dos responsáveis pela montagem do plano estaria no Distrito Federal. Ele já estava na lista de procurados pela Justiça paulista.
Na via de acesso ao complexo há um blindado do Exército. Mesmo assim, a Defesa informa que a presença militar no local estaria relacionada a exercícios de treinamento.
“As Forças Armadas estão realizando exercícios de treinamento e apoio logístico no entorno da Penitenciária Federal em Brasília, incluindo obras de reforço das estruturas. As atividades atendem à solicitação do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e integram calendário cumprido ao longo do ano. A presença dos militares foi autorizada pelo Ministério da Defesa, de acordo com o previsto na Lei Complementar nº 97, de 1999, que dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas”, diz nota divulgada da Defesa.
Também por meio de nota, o Depen informou que “a Engenharia do Exército Brasileiro está realizando obras de fortificação das estruturas da Penitenciária Federal em Brasília. Tropas do Comando Militar do Planalto estão na Penitenciária Federal em Brasília realizando trabalhos técnicos de Engenharia apoiados por tropas de segurança”.
Um comunicado do MJ acrescentou que “o que está sendo realizado é uma obra já prevista anteriormente para reforçar a segurança da Penitenciária Federal em Brasília. Assim como outras ações que já foram realizadas nas demais penitenciárias federais. Nada relacionado a um fato pontual”.
Não houve, no entanto, manifestação de nenhum dos órgãos negando que tenha recebido informações sobre o suposto plano de fuga.
Segundo autoridade ouvida pelo O Globo, por questão de segurança, o assunto não está sendo tratado abertamente pelas autoridades do governo.