Um juiz paraguaio concedeu prisão domiciliar ao ex-craque Ronaldinho Gaúcho, que deverá continuar a responder ao processo por uso de passaporte adulterado em um hotel de Assunção, informaram fontes judiciais nesta terça-feira (07).
“A medida alternativa corresponde a Ronaldinho e a seu irmão, que continuarão presos em um hotel. Tenho o registro da aceitação dos gerentes do hotel para que, à s suas próprias custas, permaneçam em prisão domiciliar lá”, disse o juiz Gustavo Amarilla em uma coletiva de imprensa.
A dupla ficará no Hotel Palmaroga, de estilo colonial, recentemente inaugurado com 107 quartos e instalações de alto nÃvel.
Ronaldinho cumpriu um mês de prisão na segunda (06), na Agrupação Especializada de Assunção. A medida também beneficia o irmão Roberto de Assis Moreira.
Os advogados de defesa pagaram fiança no valor de 1,6 milhão de dólares para os dois brasileiros.
Amarilla, juiz garantista, aceitou a quantia oferecida e ordenou a libertação do ex-craque do futebol mundial da prisão.
Devido à epidemia de coronavÃrus, o juiz comunicou sua decisão ao acusado por celular na presença do promotor e da defesa.
Em sua decisão, o juiz destacou que os promotores não apresentaram mais elementos para ampliar a acusação, após perÃcia nos celulares da dupla.
“Os promotores também avaliaram que a fiança real foi significativa”.
O dinheiro foi depositado em dólares no Banco Nacional de Fomento (estatal) em nome do tribunal. “Em caso de fuga, estão estabelecidas as garantias jurÃdicas para que este dinheiro vá para o Estado”, destacou o juiz.
“São fundos próprios de Ronaldinho. É um dinheiro que ele tinha no exterior, na Europa exatamente”, revelou o juiz.
Amarilla reafirmou que “eles não poderão sair do paÃs, independentemente da prisão domiciliar”, mas deu a entender que nos próximos dias a situação da dupla deve melhorar, já que a promotoria não ampliará a denúncia contra Ronaldinho e Assis.
Ronaldinho chegou em 4 de março e foi recebido com entusiasmo por cerca de duas mil crianças e adolescentes no Aeroporto Internacional de Assunção, com uma agenda destinada a ajudar crianças desamparadas por meio de uma fundação chamada Fraternidade Angelical.
Ao chegar ao terminal, ele e seu irmão e um empresário brasileiro que os acompanhava mostraram passaportes paraguaios reais, mas com conteúdo falso, às autoridades de imigração. A pena deve chegar a cinco anos de prisão.
Ambos alegaram que os documentos lhes foram entregues de presente pela empresária que os convidou para vir ao Paraguai, chefe da fundação humanitária, até o momento foragida.
Pela causa, outras 14 pessoas foram indiciadas e forçaram a renúncia do diretor de Migração.
A investigação tributária busca determinar em que contexto os documentos falsificados foram emitidos e qual o objetivo de seu uso no Paraguai, ambos tendo processado sua própria documentação brasileira.
O juiz Gustavo Amarilla anunciou que Ronaldinho e seu irmão vão ficar em um hotel na rua central de Palma de Assunção.
O ex-jogador da seleção brasileira fez 40 anos no dia 21 de março, quando estava preso na capital paraguaia.