Pelo relato oficial da China, a pandemia do novo coronavírus teria começado em um mercado de Wuhan. Porém, os Estados Unidos parecem não acreditar muito nessa versão – e passaram a conduzir sua própria investigação. Segundo o presidente norte-americano, Donald Trump, o governo do país está analisando rumores envolvendo um laboratório chinês.
A linha de investigação dos EUA é que transmissão em humanos tenha se iniciado no Instituto de Virologia de Wuhan (conhecido pela sigla WIV). Lá, são estudados coronavírus que atingem morcegos. A pesquisa dos americanos, então, procura saber se foi no local que um vírus de morcego infectou um humano – e, então, se essa pessoa levou a covid-19 para fora, sem querer, e começou a transmissão.
Na própria China, autores já botaram em dúvida a versão oficial do governo do país. Em uma pesquisa publicada em janeiro na revista científica The Lancet, os estudiosos não concordavam com a explicação que os primeiros pacientes teriam sido infectados em um mercado de frutos do mar de Wuhan.
O WIV foi o primeiro laboratório da China a receber a maior certificação de segurança, no ano de 2015. Porém, o jornal Washington Post publicou, nesta semana, um texto que contesta a capacidade do instituto atualmente. De acordo com as informações do veículo, diplomatas e cientistas americanos visitaram o lugar em 2018 e ficaram preocupados com as fragilidades.
Os especialistas foram ao laboratório em janeiro daquele ano e, depois, enviaram dois telegramas diplomáticos (relatórios) ao governo em Washington. Esses documentos afirmariam que o instituto não tinha condições de segurança adequadas e que os estudos com coronavírus eram arriscados.
Os diplomatas, em seus relatos, pediam mais atenção ao tema, além de ajuda para lidar com problemas de segurança no WIV. Ainda segundo o texto do Washington Post, o grupo disse estar preocupado com a falta de treinamento dos funcionários do laboratório.
Principal pesquisador do WIV, Shi Zhengli negou a possibilidade do novo coronavírus ter começado no instituto. Um estudo publicado na revista científica Nature também contesta os rumores e afirma que a covid-19 não foi desenvolvida em laboratório.
De acordo com o chefe do Estado Maior das Forças Armadas dos EUA, o general Mark Milley, as investigações ainda são inconclusivas. “A origem do Sars-Cov-2 ainda é um mistério, mas o peso das evidências indica que o novo coronavírus é natural e não foi criado em um laboratório”, comentou, na última quinta-feira (16).