O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse nesta quarta-feira (29) não saber quando será o pico da epidemia causada pelo novo coronavÃrus no Brasil e que a possibilidade de uma segunda onda da doença é “real”.
– Quando é que vai ser pico? Não sei e ninguém sabe. Um dos grandes problemas de se definir uma data é que aquela sugestão se transforma em promessa de um dado real. Quando aquilo não acontece, todo mundo começa a se perguntar se a gente não está fazendo algo errado apenas porque não deu certo a data – afirmou o ministro em audiência virtual do Senado Federal.
Indagado sobre se o Brasil corria o risco de uma segunda onda da Covid-19, Teich disse que os dados sobre a doença ainda são incipientes e que ainda não há dados suficientes para garantir que pessoas que já foram infectadas uma vez não poderiam ser infectadas novamente pela doença.
– (Incertezas sobre os dados) O que te deixa em alerta para a possibilidade de uma segunda onda. Ela é real. Outro dado importante é que já existem relatos isolados de pessoas que tiveram a doença duas vezes. O que não garante nem que você ter o anticorpo seja correto – afirmou o ministro.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 78.162 casos de Covid-19 e 5.466 mortes. Teich afirmou que o paÃs nunca passou por “tantos grandes problemas”.
– A gente nunca teve tantos grandes problemas ao mesmo tempo, tendo que ser enfrentados pelas lideranças que são ministérios, estados, cidades, Câmara e Senado. É um momento histórico de união do paÃs. E para mim é uma honra poder estar participando disso – disse Teich.
O ministro destacou que um “ponto crÃtico” hoje é a falta de respiradores no paÃs e deu a entender que esses e outros recursos podem ser remanejados, futuramente, para locais que registrarem avanço da doença.
– Se a evolução (da doença) no paÃs não for homogênea, a gente tem a possibilidade de no futuro ir remanejando os recursos para capacitar os lugares a cuidar da pessoas – disse o ministro.
Ele disse que, a partir de agora, a distribuição de equipamentos necessários para enfrentar a doença deixará de ser linear, com base em tamanho da população ou rotina de repasses, e priorizará os locais mais afetados. A diretriz já havia sido mencionada pelo novo secretário-executivo da pasta, Eduardo Pazuello, em entrevista coletiva nesta semana.
– Não há crÃtica à polÃtica adotada até então, mas a partir de agora, de posse de informações atualizadas de estados e municÃpios, percebendo os distintos perfis de comportamento da doença por região bem como o padrão de evolução da epidemia em cada localidade, definimos que nossas ações devem ser pautar por distribuição não linear de insumos e de meios_disse Teich, acrescentando:
– O que definirá é a prioridade de socorro a estados e municÃpios, a partir da situação vivenciada pelo ente da federação.
Teich ressaltou, após questionamentos de parlamentares, que apesar da prioridade aos locais mais crÃticos, as demais áreas também estão sendo monitoradas pelo ministério.
– Nos lugares onde a doença está numa situação mais crÃtica, iremos atuar, mais forte, direto. Nos lugares onde existe uma menor quantidade da doença, ou não existe, está sendo monitorado. Se começarmos a ver algum indÃcio de que aquilo vai evoluir, vamos atuar.