O presidente Jair Bolsonaro participou neste domingo (03), mais uma vez, de ato contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). Desta vez, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, também se tornou alvo da manifestação antidemocrática.
Em live, Bolsonaro disse que não vai admitir mais interferência em seu governo. A declaração acontece após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, suspender a nomeação de Alexandre Ramagem, amigo da família do presidente, para diretor-geral da Polícia Federal.
“O que nós queremos é o melhor para o nosso País, a independência verdadeira dos três Poderes, não apenas uma letra da Constituição. Chega de interferência, não vamos mais admitir interferência, acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente”, atacou. O presidente foi até a rampa do Palácio do Planalto acenar aos manifestantes, que gritavam coisas como “Fora Maia”, “Moro traidor” e “não desista”.
Bolsonaro afirmou, ainda, que as Forças Armadas estão “ao lado do povo”. “Temos as Forças Armadas ao lado do povo, pela lei, pela ordem, pela democracia, pela liberdade”.
O presidente voltou a atacar governadores por medidas de isolamento social no combate à pandemia do coronavírus e os acusou de patrocinar a destruição dos empregos.
“Essa destruição de empregos irresponsável por parte de alguns governadores é inadmissível, o preço será muito alto na frente, desemprego, miséria”, criticou.
Apesar do caráter contrário às instituições, Bolsonaro classificou o ato como democrático, “pela governabilidade e estabilidade”.
Como tem ocorrido em manifestações a favor do presidente e contra a democracia, o ato deste domingo provocou aglomerações, o que aumenta o risco de contágio pela Covid-19. Segundo dados das secretarias estaduais de Saúde divulgados nesta manhã, o país tem 6.761 mortes no Brasil e mais de 97 mil infectados pela doença.