Maior hospital público do Norte-Nordeste, o Hospital Geral Roberto Santos pede socorro. Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, houve uma queda considerável no estoque de bolsas de sangue utilizadas para pacientes que precisam fazer cirurgias de alta complexidade.
Nesta quinta-feira (14), a unidade informou que já suspendeu 16 cirurgias emergenciais, no último mês, por falta de bolsas de sangue. O número é ainda maior quando somados os pacientes que não chegaram a ser chamados para o centro cirúrgico.
De acordo com o diretor-geral do HGRS, José Admirço Lima Filho, o HGRS abriu cem novos leitos de enfermaria para atender às demandas de alta complexidade de mais de dez especialidades, mas tem encontrado dificuldade para lidar com os pacientes cirúrgicos.
“Houve um esforço enorme do Governo do Estado para readequarmos o Hospital Roberto Santos em tempo recorde e, assim, desafogarmos os hospitais que passaram a atender exclusivamente pacientes com covid-19. Então, em meio à pandemia, seguimos realizando neurocirurgias, cirurgias oncológicas, vasculares, de clínica médica e de hemorragia digestiva, por exemplo. Mas houve uma queda muito grande no estoque de sangue e isso está fazendo com que a gente remarque várias vezes uma única cirurgia”, conta o diretor-geral do HGRS, José Admirço Lima Filho.
“Temos, hoje, muitos pacientes que já poderiam estar de alta hospitalar, mas que continuam internados, à espera de sangue. Infelizmente, sangue a gente não pode comprar na farmácia”, completa.
Hoje, o Hospital Geral Roberto Santos, que tem 640 leitos de internação, conta com apenas duas bolsas de sangue tipo O+ e nenhuma do tipo O- (doador universal). Neste momento, há 13 pacientes precisando deste tipo sanguíneo. Vale lembrar que, na maioria das vezes, uma solicitação requer mais de uma bolsa de sangue.
Diante do cenário, a instituição apela para que a população baiana doe sangue. Para isso, basta procurar a Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba), que modificou seu protocolo de atendimento para oferecer mais segurança aos voluntários.
Agora, a unidade atende com hora marcada. O doador deve comparecer à unidade sozinho e usando máscara – lá, irá encontrar álcool em gel, poltronas separadas, colaboradores protegidos e higienização reforçada no local.
“A gente sabe que o certo, agora, é ficar em casa e só sair para fazer coisas essenciais. Doar sangue é essencial. A gente nunca sabe quando seremos nós a precisar”, lembra o diretor José Admirço.
Os agendamentos para doação de sangue podem ser feitos pelo e-mail horamarcada@hemoba.ba.gov.br, pelo telefone (71) 3116-5643 ou pelo site www.hemoba.ba.gov.br.