A Polícia Federal vai investigar a denúncia de um suposto vazamento da Operação Furna da Onça para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), noticiado pelo jornal Folha de S. Paulo. A corporação divulgou nota neste domingo (17), na qual afirma que a reportagem do jornal paulista aponta “a eventual atuação em fatos irregulares de pessoa alegadamente identificada como policial federal, no bojo da denominada operação”.“
“Todas as notícias de eventual desvio de conduta devem ser apuradas e, nesse sentido, foi determinada, na data de hoje (domingo, 17), a instauração de novo procedimento específico para a apuração dos fatos apontados”, informa a nota.
O empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio no Senado e pré-candidato do PSDB à Prefeitura do Rio de Janeiro, disse, em entrevista à Folha, ter sido procurado pelo congressista na campanha, em 2018, em busca de traçar uma estratégia de defesa contra possível investigação sobre seu ex-assessor na Assembleia Legislativa de São Paulo, Fabrício Queiroz, que o envolveria num suposto esquema de “rachadinha”.
Ele relatou que um delegado da PF vazou a Flávio e seus auxiliares, uma semana após o primeiro turno, que seria deflagrada a Furna da Onça contra deputados estaduais do Rio, a qual atingiria Queiroz.
A PF afirmou que a operação policial foi deflagrada no Rio de Janeiro em 8 de novembro de 2018, tendo os mandados judiciais sido expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2° Região, a partir de representação do Ministério Público Federal, em 31 de outubro, “portanto, poucos dias úteis antes da sua deflagração”.
A corporação disse ainda que notícia anterior de vazamento da operação foi apurada por meio de um inquérito já relatado —a nota não diz quais foram as conclusões dessa apuração. “A Polícia Federal se notabilizou por sua atuação firme, isenta e imparcial no combate à criminalidade, dentro de suas atribuições legais e constitucionais”, acrescentou.
Coaf – Já o relatório produzido pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre casos de movimentação financeira fora do padrão de servidores da Assembleia do Rio de Janeiro (Alerj) reforça a versão divulgada pelo empresário Paulo Marinho de que a Polícia Federal sabia de irregularidades envolvendo Fabricio Queiroz, então assessor de Flávio Bolsonaro no legislativo estadual em 2018.
O documento do Coaf foi elaborado em janeiro daquele ano e enviado ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal. Ele faz parte da documentação que deu origem à operação “Furna da Onça”.