O vereador e presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Geraldo Júnior (MDB), está em uma cruzada na defesa do Projeto de Indicação Nº 154/2020, no qual solicita ao prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que suspenda por três meses a cobrança dos empréstimos consignados adquiridos pelos servidores públicos de Salvador.
Através do projeto de indicação, que já foi aprovado e enviado para prefeitura, o presidente da Câmara pede que ACM Neto mande para Casa um projeto de lei estabelecendo a suspensão dos descontos bancários na folha do servidor.
Na última semana, em uma clara sinalização de insatisfação com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o prefeito utilizou uma rede social para reclamar das instituições, que segundo ele tem agido de forma vergonhosa. “Os bancos cobram juros absurdos, não concedem crédito a quem precisa e, principalmente, mostram-se insensíveis aos micro e pequenos empresários, mas gastam uma fortuna em propaganda para tentar vender uma realidade que não existe”, afirmou ACM Neto.
O projeto que pede a suspensão dos empréstimos foi produzido ainda em abril, e é fruto de um prognóstico de piora do quadro da pandemia no Brasil e da cobrança dos servidores municipais para que as instituições bancárias tivessem sensibilidade para com os mais afetados pela crise, que são os trabalhadores de média e baixa renda.
“A nossa proposta surgiu do clamor dos próprios servidores do Poder Executivo e de nossa Casa, que me encontravam e pediam ajuda para reduzir as prestações desses empréstimos, pois muitos deles estavam ajudando outros membros de suas famílias que haviam perdido o emprego”, explicou Geraldo Júnior ao A Tarde.
Além de não suspender os pagamentos, o presidente da Câmara afirma que recebeu uma denúncia de que os bancos não acompanharam a redução salarial dos servidores públicos nos descontos dos empréstimos bancários.
“Como se não bastasse essa cobrança, o presidente dos Sindicatos dos Servidores do Município, Bruno Carinhanha, nos comunicou que os bancos não acompanharam a redução dos salários dos servidores afastados e estão mantendo o mesmo percentual de desconto desses consignados, o que reduz ainda mais a renda dessas famílias”, desabafa o presidente da CMS, que tem engrossado o coro junto ao prefeito com crítica às instituições bancárias nas redes sociais.