O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta sexta-feira (19) a escolha do ator Mário Frias, ex-galã de Malhação, para a Secretaria Especial da Cultura. Essa é a quinta escolha do presidente para o cargo.
Frias, entusiasta do governo, atualmente é apresentador do game show A Melhor Viagem, exibido pela RedeTV!. A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União na noite desta sexta.
Desde que Bolsonaro chegou ao governo, em janeiro de 2019, a área cultural passa por uma sequência de turbulências e já teve demissões com acusação de censura, paródias ao nazismo e mais recentemente, polêmica ao vivo com a atriz Regina Duarte durante entrevista a uma emissora de TV.
O ator chega ao cargo depois de o próprio presidente ter anunciado a saída de Regina, que passou pouco tempo na função. Frias já havia sido cotado para comandar a pasta em janeiro, logo após a saída de Roberto Alvim.
Na ocasião, marcada por demissão do secretário após uma paródia de um ministro da Alemanha nazista, Bolsonaro acabou apostando em Regina, demitida em menos de três meses.
De acordo com auxiliares do presidente, a chegada de Frias reflete uma nova tentativa do Palácio do Planalto de manter a ala ideológica no comando da área de Cultura, tentativa frustrada na gestão de Regina.
Bolsonaro vinha se queixando que a ex-atriz global não estava atendendo às suas expectativas de manter a militância aguerrida na “guerra cultural”.
Frias, escolhido com apoio dos filhos do presidente, deu sinais de que vai topar a missão de discurso ideológico. Ele, segundo a Folha de S. Paulo, não deve ter muita liberdade para comandar a pasta, como sua antecessora.
A novidade agora, dizem pessoas ligadas à pasta, é que Frias terá uma gestão tutelada pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP). Foi ela a responsável por levar o nome do ex-galã de Malhação para o Planalto. Zambelli está atuando na Cultura desde semana passada e ajudou a construir uma “saída honrosa” para Regina, anunciada para um cargo na Cinemateca Brasileira após ser demitida.
A deputada bolsonarista é fã do escritor Olavo de Carvalho, principal ideólogo do governo e defensor de uma guerra cultural que tem como principal adversário “o comunismo”, num amplo conceito usado para identificar tudo que se opõe a Bolsonaro e seus apoiadores incontestes.