A cidade de Curitiba, capital do Paraná, triplicou o número de casos confirmados do novo coronavírus em menos de um mês. O crescimento se tornou motivo de preocupação para o município, que chegou a 3.298 casos da Covid-19 e 116 mortes na terça-feira (23).
“O colapso do sistema de saúde está no horizonte. Se a sociedade curitibana não colaborar, teremos problemas. Tem um grupo negando a gravidade da pandemia”, afirma a secretária de Saúde, Márcia Huçulak.
Antes de triplicar os registros, a capital paranaense levou praticamente dois meses e meio para ultrapassar a marca de mil casos confirmados da Covid-19, em 28 de maio.
O avanço da doença coincide, por exemplo, com o momento posterior à reabertura de shoppings e centros comerciais, no fim do mês passado, e o aumento do movimento na cidade. Porém, há outros fatores como a chegada da onda de casos no inverno – que impulsiona as infecções respiratórias.
“A onda chegou ao Sul. Lá no início já prevíamos que seria entre o outono e o inverno. A média de casos nesta semana está absurdamente alta”, avalia a secretária de Saúde de Curitiba.
O município confirmou 226 novos casos na terça em relação ao total da segunda-feira (22), que tinha registrado 147 novas confirmações. Segundo a secretária, a manutenção do crescimento de casos deve resultar no aumento das restrições na cidade com a bandeira vermelha.
A prefeitura implantou em 9 de junho o sistema de bandeiras, dividido em três níveis, para regular as restrições na cidade, com base no modelo de Porto Alegre (RS). Em uma semana, Curitiba saiu da bandeira amarela para a laranja, fechando igrejas e academias, por exemplo.
Na capital paranaense, a avaliação para definir o status é feita às sextas, e o resultado é decorrente da média ponderada do peso de nove indicadores, em dois critérios. Nesta semana, Porto Alegre e Florianópolis (SC) ampliaram as restrições.
Até o surgimento das bandeiras, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), não havia determinado o fechamento de nenhuma atividade. Ele se limitou a decretar o que era considerado serviço essencial. Shoppings e academias foram fechados por decreto estadual.
A secretária de Saúde afirma que no fim de março não era necessário determinar medidas restritivas na capital. Naquele momento, houve suspensão de aulas em escolas e universidades, além do fechamento de parte no comércio.
“Dava para ter mantido o funcionamento por uns 15 ou 20 dias. Acho que o medo levou a isso [fechamento]. Só que a sociedade não aguentou até por questões econômicas, e a vida parece ter voltado ao normal em maio”, indica.