A Polícia Federal realizou buscas na casa do governador Wellington Dias (PT) e da primeira-dama do estado, ex-secretária estadual de educação e deputada federal, Rejane Dias (PT), na manhã desta segunda-feira (27). O gabinete da deputada, em Brasília, também foi alvo de buscas. Esta é a terceira etapa da Operação Topique e Rejane Dias, segundo a PF, é o alvo das buscas na investigação de suposto esquema criminoso para fraudar licitações de transporte escolar.
De acordo com a PF, entre os anos de 2015 e 2016, servidores da cúpula administrativa da Seduc teriam se associado a empresários do setor de locação de veículos e desviado, no mínimo, R$ 50 milhões de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica – Fundeb – e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar – PNATE.
Na primeira fase da Operação, a PF cumpriu mandados na sede da Seduc e em outros 39 locais. Nesta etapa, a PF e a CGU informaram que mais de 40 prefeituras fizeram pagamentos irregulares a empresas. A CGU disse que as investigações foram aprofundadas em cidades do interior do Piauí, além de análises de contratações efetuadas pelo Estado do Piauí das empresas investigadas. Havia ainda suspeitas de participação de prefeituras do Maranhão.
Desta vez, foram também alvos de buscas o gabinete da primeira-dama, em Brasília; empresas e casa do irmão da deputada; além da sede da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), em Teresina. No gabinete da deputada, o mandado de busca foi cumprido após autorização da ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber.
Nesta terceira etapa, a PF apura um suposto esquema de desvios em contratos que somam R$ 96,5 milhões para a prestação do serviço de transporte escolar, que foram celebrados em 2019 e 2020, após as primeiras etapas da investigação. Segundo a Polícia Federal, mesmo após as primeiras fases da Operação Topique, o governo do estado continuou contratando as empresas suspeitas.
Segundo a PF, o dinheiro teria sido desviado através de pagamentos superfaturados em contratos de transporte escolar. O resultado prático, que chegava até os estudantes, era um transporte escolar sem qualidade e segurança.
Segundo a PF, servidores públicos e empresários teriam se associado para superfaturar contratos de transporte escolar. A Polícia Federal não esclareceu quais as suspeitas que recaem sobre o governador ou sobre os irmãos de Rejane Dias.
Em nota, a Seduc declarou que está colaborando com as investigações. O governador Wellington Dias ainda não se pronunciou. Em nota, a deputada Rejane Dias informou que “recebe tranquilidade os desdobramentos da referida Operação” e que está à disposição para esclarecer o caso.