O doleiro Lúcio Funaro decidiu apresentar outra denúncia na Comissão de Valores Imobiliários (CVM) contra o empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, segundo a coluna Radar, da Revista Veja desta semana. A CVM já multou em R$ 1,1 milhão os irmãos Joesley e Wesley Batista anteriormente pelo uso pessoal do avião da JBS revelado pelo jornal Folha de S. Paulo em 2017.
Também não é a primeira vez que Funaro processa Joesley na CVM. Outra questão foi levada a autarquia por ele no meio da disputa judicial do empresário contra Raquel Pitta, mulher do doleiro, por causa de um imóvel. Segundo a defesa dela e de Funaro, o empresário usou advogados da JBS para representá-lo no processo de interesse particular.
O uso dos serviços ou bens de uma empresa de capital aberto, como é o caso da JBS, para fins particulares do controlador desatrelados dos interesses de outros acionistas, é considerada má prática de governança corporativa e prejudica indiretamente os outros sócios.
A disputa de Raquel e Joesley sobre o imóvel, que fica na região mais cara de São Paulo, ocorreu porque Joesley diz que não recebeu uma parcela. Neste ano, a defesa de Funaro protocolou queixa na CVM dizendo que o advogado do adversário pertencia a JBS e apontou semelhança como o uso do avião. O caso está em análise e a J&F não comenta.
Em delação premiada, o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Fábio Cleto afirmou que o dono do grupo J&F deu a casa de luxo à Lúcio Funaro como pagamento de propina por obter benefícios no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). Funaro era apontado como o operador do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no esquema de propinas instalado na Petrobras e desvendado pela Lava Jato.
