Em convenção na manhã deste sábado (12), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Progressista (PP) oficializaram os nomes de Olívia Santana (PCdoB) como candidata à Prefeita de Salvador e de Joca Soares como vice-prefeito.
Emocionada após assistir a um vídeo sobre sua trajetória, Olívia agradeceu aos que ajudaram na sua caminhada, lembrou da sua infância sofrida, da expulsão de sua família de uma comunidade em Ondina pelo então prefeito Antônio Carlos Magalhães (ACM) e dos trabalhos como faxineira em escolas particulares. Ela revelou que, após passar no vestibular para curso de Pedagogia na Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi demitida do emprego em um ato racista.
Santana pontuou que sua candidatura não é contra os partidos da base do governador Rui Costa, mas a favor de Salvador. Confiante, a deputada estadual e candidata a chefe do executivo da capital da Bahia explica que seu projeto é para unir uma cidade que conta com “dois andares, no aspecto físico e social”: “Salvador é a cidade em que os mais pobres ganham 61 vezes menos que os mais ricos”.
“Vamos fazer um trabalho incrível em favor do nosso povo. Essa é chapa de um homem e de uma mulher negra que sofreram e que são a cara da maioria dessa cidade. Nosso projeto não é sectário, estreito, é um projeto amplo que cabe todo mundo que quer ajudar, que tem vergonha do racismo”, destacou Olívia.
Olívia revelou que entre as prioridades de sua chapa está “a construção de uma grande política de reforma urbana, através da requalificação dos assentos humanos”. Uma “política de qualificação profissional” para “acabar com o desemprego entre os jovens” e a exigência de um “sistema de transporte decente”, além da realização de uma política de educação que democratize a internet: “Queremos tecnologia agregada à educação, encurtando a distância dos que sabem mais e dos que não tiveram acesso ao aprendizado mais qualificado”.
Governador – O evento contou com a participação do governador Rui Costa (PT), do vice-governador João Leão (PP), do senador Jaques Wagner (PT) e de deputados estaduais e federais, além de militantes do partido comunista.
O presidente estadual do PCdoB e secretário de do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Governo da Bahia (Setre), Davidson Magalhães, criticou o alto índice de desemprego na cidade e destacou, em seu pronunciamento, que a chapa formado por duas candidaturas negras reflete à população de Salvador.
“Vamos transformar salvador em uma cidade mais humana, mais igual. Temos uma chapa que é a cara de Salvador, do povo negro e das mulheres que estão excluída da participação. Salvador é a cidade do desemprego no Brasil. Não tem ações da prefeitura para geração de emprego e renda. Olívia e Joca representam experiência administrativa e experiência de vida”, ressaltou o presidente estadual do PCdoB.
O senador Jaques Wagner (PT) foi outro que criticou o alto índice de desemprego na cidade e pontuou que o momento é para “construção de viadutos sociais” com objetivo de diminuir o abismo social que impera na cidade. Wagner destacou que Olívia e Joca são “a cara do que Salvador precisa” e aconselhou aos candidatos a se inspirar em sua campanha, em 2006, onde foi eleito começando com 2% das intenções de voto.
O vice-governador da Bahia e presidente do PP no estado, João Leão, destacou que as candidaturas não foram escolhidas apenas por serem negras, mas por terem competência: “Na Salvador que queremos não haverá segregação do povo menos favorecido desta cidade. Vamos melhorar a educação e a saúde; Para isso, estamos oferecendo a Salvador dois candidatos excepcionais, duas vidas vitoriosas”.
Rui Costa começou seu pronunciamento criticando a desigualdade social no Brasil e na capital da Bahia: “Em Salvador, 50% ganha até 1 salário mínimo, tem gente que vive com R$ 200, R$ 300, 500 reais por mês e isso expressa como nossa cidade é desigual”.
O governador do PT citou as obras construídas por sua gestão e a da Jaques Wagner (PT) no município, além dos equipamentos que foram entregues emnas áreas da saúde e educação.