Após a Petrobras reabrir as negociações em relação às condições da venda da Refinaria Landulpho Alves para o fundo árabe Mubadala, os petroleiros integrantes do Sindipetro Bahia decidiram suspender, de maneira temporária, a greve que estava em curso.
“Para realizar uma greve legal é preciso haver um impasse negocial e diante do comunicado da Petrobras externando sua vontade de exaurir a negociação, o sindicato, aconselhado, inclusive por sua assessoria jurídica, decidiu pela suspensão da greve e retorno à mesa de negociação”, afirmou o coordenador do Sindipetro, Jairo Batista.
A depender dos avanços nas negociações, o Sindipetro vai definir posteriormente se a greve será retomada, ou não. A entidade sindical, que é rigorosamente contra a venda da Rlam, quer garantir a manutenção dos direitos, empregos, benefícios e salários dos trabalhadores da refinaria e discutir as contratações e o futuro dos atuais contratos de trabalho, do fim dos assédios aos trabalhadores e da garantia de um ambiente laboral saudável.
Localizada no município de São Francisco do Conde, na Bahia, a Rlam possui capacidade de processamento de 323 mil barris/dia (14% da capacidade total de refino de petróleo do Brasil), e seus ativos incluem quatro terminais de armazenamento e um conjunto de oleodutos totalizando 669 km.
A unidade produz diesel, gasolina, querosene de Aviação, asfalto, nafta petroquimica, gases petroquímicos (propano, propeno e butano), parafinas, lubrificantes, GLP e óleos combustíveis (industriais, térmicas e bunker). Alguns desses produtos são exportados para Estados Unidos, Argentina e países da Europa.
A Refinaria Landulpho Alves – a primeira refinaria nacional de petróleo – foi vendida pela Petrobras por US$ 1,65 bilhão (R$ 8,86 bilhões na cotação atual). A assinatura do contrato de compra e venda ainda está sujeita à aprovação dos órgãos competentes responsáveis por homologar este tipo de negócio: o Conselho Administrativo de Defesa Econômina (Cade) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).