O Bahia entrou no modo despedida. Na noite desta quinta-feira (25), o time entra em campo no último jogo na temporada 2020. A partir de 21h30, o Esquadrão recebe o Santos, na Fonte Nova, pela 38ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Em uma edição marcada pelo calendário atribulado e pela luta contra o rebaixamento, o desempenho tricolor passou longe da expectativa criada no início da competição, mas o time chega na rodada final ainda mirando conquistar objetivos. Ou melhor, um objetivo.
Sul-Americana – Livre da degola, o Bahia pensa agora na vaga na Copa Sul-Americana. Em 15º lugar, o Esquadrão garante mais uma participação no torneio continental se subir uma posição. Isso será possível graças à final da Copa do Brasil. Como Palmeiras e Grêmio estão no G8, independentemente de quem levantar a taça, a zona de classificação para os torneios internacionais será ampliada.
Para ir à Sul-Americana, o clube não depende só das próprias forças. Além de vencer o Santos hoje, precisa também que o Sport não ganhe do Athletico-PR, na Arena da Baixada, em Curitiba. Assim o tricolor chegaria aos 44 pontos e subiria para a 14ª colocação. O Sport tem 42. Outro time na disputa é o Fortaleza, com 41 pontos e atrás do Bahia por ter menos vitórias. É o 16º colocado.
Prêmio de consolação numa temporada ruim, a Copa Sul-Americana terá relevância se o Esquadrão conseguir se classificar. Em 2021, a competição terá um novo formato, com as equipes brasileiras entrando na fase de grupos. Desse modo, o time baiano garantiria um calendário maior e voltaria a disputar a fase de grupos de um torneio internacional após 32 anos. A última vez foi na Libertadores de 1989.
Gregore – Depois de 166 jogos, Gregore se prepara para o último ‘baile’ com a camisa do Bahia. Nesta quinta-feira, diante do Santos, às 21h30, na Fonte Nova, o camisa 26 vai encerrar o ciclo de três anos no clube.
Negociado ao Inter Miami, que pertence ao ex-astro inglês David Beckham, o volante vai jogar nos Estados Unidos na temporada 2021. Na última entrevista como jogador do Bahia, ele reconheceu que a ficha pela despedida ainda não caiu.
“Nunca passava na minha cabeça. Assim que começaram as negociações eu pedi para saber pouco, para, se realmente fosse concretizado, eu saber quando estivesse tudo certo, todos os detalhes. Eu fico muito focado no clube, em evoluir, em me entregar para a comissão técnica, treinador, que espera que eu me entregue para ajudar meus companheiros”, afirmou ele.
Em três anos de Bahia, Gregore ganhou prestígio. Foi titular com todos os treinadores que passaram pelo clube, conquistou três títulos do Baianão e teve a raça reconhecida pela torcida, chegando a ser homenageado com camisas da marca própria do clube.
Em 2020, o jogador foi premiado ainda com a faixa de capitão, que ostentou durante boa parte do Campeonato Brasileiro. Com o legado construído, ele lamenta apenas não ter colocado uma conquista de expressão na prateleira tricolor.
“Eu queria ter ganhado títulos maiores, como a Sul-Americana, que a gente chegou perto, Copa do Brasil também, que era um título importante para o clube. Mas o sentimento que eu tenho é de felicidade”, analisou ele.
Entre situações boas e ruins que viveu no Bahia, Gregore aproveitou para escolher o momento mais marcante no clube. Para ele, o gol marcado sobre o Nacional-PAR, pela Copa Sul-Americana, tem um sentimento diferente.
“Esse ano agora foi muito complicado, nos três anos que estou aqui esse foi o mais complicado. Mas também vivi dois anos de muita alegria. Isso me fortaleceu demais. Na Sul-Americana, que eu fiz o gol. O triunfo foi importante”, disse.
Para o último ato pelo tricolor, a expectativa de Gregore é por fazer mais um jogo intenso e deixar como presente aos tricolores classificação à Copa Sul-Americana.
Foto: Felipe Oliveira/E.C.Bahia