A Ford já começou a se desfazer das unidades inacabadas de Ka, Ka Sedan e Ecosport na fábrica de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Vídeos obtidos pelo portal UOL, gravados na última quinta-feira (4), mostram modelos sendo destruídos até virarem sucata.
Segundo a publicação, ao todo são cerca de 900 modelos que ficaram inacabados com o encerramento repentino das atividades na planta de Camaçari. Outros equipamentos também estão sendo desmontados e retirados da unidade.
A assessoria da Ford confirmou que se trata de carrocerias que restaram na fábrica baiana e que as atividades fazem parte do processo de preparação para o fechamento da planta.
O anúncio do fim da produção de carros da Ford no Brasil ocorreu no dia 11 de janeiro. A montadora declarou que as plantas de Camaçari e de Taubaté, no interior de São Paulo, permaneceriam funcionando durante um período para a produção de peças de reposição, mas as mesmas ficaram fechadas por mais de um mês até que fosse firmado acordo entre a marca e representantes dos trabalhadores.
A montadora ainda busca definir o que será feito com as duas fábricas. O Governo da Bahia chegou a divulgar sondagens de potenciais interessados em ocupar a planta, entre eles marcas chinesas, indianas, sul-coreanas e japonesas. A Caoa também foi apontada como possível compradora e admitiu interesse na unidade de Camaçari.
Enquanto isso, a Ford se prepara para mudar sua linha de produtos, focando em modelos importados e com maior valor agregado. Ka e Ecosport, que saíram de linha, já começam a desaparecer das concessionárias e a marca norte-americana deve apresentar em breve seu novo produto no Brasil: o SUV Bronco Sport, vindo do México.
Ainda segundo o UOL, as mudanças já trouxeram impacto nas vendas da Ford nos primeiros meses do ano. A marca viu sua participação no mercado cair de 7,15% para 5% – distribuidores acreditam que chegará a 1,4% com a nova política da empresa. Já o Ka, que sempre figurava entre os cinco carros mais vendidos do país, ocupou apenas a 30ª posição em fevereiro, segundo dados da Fenabrave.