O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou ser imprescindível a privatização da Eletrobras. Segundo o ministro, a estatal precisa investir R$ 14 bilhões por ano. Mas, em 2020, a empresa conseguiu investir somente R$ 3 bilhões. Com base nessa diferença, o ministro avalia que se não for privatizada, a Eletrobras deixará de existir. “A empresa vai acabar. Em mais quinze anos, ela acaba. Então, é uma necessidade”, afirmou em entrevista à CNN Brasil.
Diante do porte da Eletrobras, o governo vê no processo de privatização um modelo para venda de outras estatais. A avaliação é que, se a Eletrobras passar, facilita o caminho para todos os outros projetos de privatização do governo de Jair Bolsonaro. “O meio político vai dar uma sinalização de que ele concorda com essa política econômica do governo”, afirmou o ministro.
A votação em plenário ainda não foi marcada mas deve ocorrer nesta terça ou quarta-feira. O relator da proposta Elmar Nascimento afirmou à CNN Brasil que “99% do texto já está ajustado com o governo”. Ele tem reunião marcada nesta manhã no Palácio do Planalto com os ministros da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, e da Casa Civil, Luís Eduardo Ramos. Depois, Nascimento se encontrará com o presidente da Câmara, Arthur Lira, que irá marcar a votação. O relator afirma que não quer correr risco do texto não ser passar e a sessão será marcada somente se houver a certeza de aprovação.
Nascimento já recuou da ideia de indicar a diretoria da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para administrar os recursos bilionários para obras de revitalização das bacias do Rio São Francisco, do Rio Parnaíba e dos reservatórios de Furnas. A estatal tem diretorias divididas entre vários partidos, como DEM, PP, PSDB e MDB. Ele explica que a supervisão dos recursos ficará por conta do Ministério de Desenvolvimento Regional. Já os recursos destinados a obras para o sistema de Energia na Amazônia Legal ficarão debaixo do guarda-chuva do Ministério de Minas e Energia.