El Salvador pretende se tornar o primeiro país do mundo a adotar como moeda legal o bitcoin, que responde por mais de 40% do mercado global de criptomoedas.
O presidente do país, Nayib Bukele, disse neste sábado (5) que enviará ao Congresso um projeto de lei na próxima semana para dar curso legal ao uso da criptomoeda no país.
“No curto prazo, isso vai gerar empregos e ajudar a fornecer inclusão financeira a milhares de pessoas fora da economia formal”, disse Bukele em um vídeo apresentado na conferência bitcoin 2021 em Miami.
Uma peculiaridade sobre a economia salvadorenha é que as remessas enviadas por pessoas que deixaram o país nas últimas décadas, fugindo de crises econômicas, representa 22% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Além disso, a economia de El Salvador é atamente dependente do dinheiro em espécie, já que mais da metade da população não tem contas bancárias ou cartões de crédito.
Moeda digital brasileira – No fim de maio, Banco Central brasileiro divulgou as regras para o desenvolvimento de uma moeda digital nacional que deve começar a ser utilizada em um prazo de dois a três anos.
Em entrevista à CNN, a especialista em banking Thais Cárnio afirmou que vê o anúncio com bons olhos, pois traz uma “provável redução de custos”, já que não implica em emissão ou transporte de dinheiro físico.
Em um primeiro momento, a previsão é de que o “real digital” seja utilizado para pagamentos no varejo. O ativo, no entanto, não é igual ao bitcoin. “É parecido no sentido de ser uma moeda digital que transita virtualmente, mas, diferentemente do bitcoin — que é um ativo financeiro e tem valor com base na oferta e na procura —, ela é emitida pela autoridade monetária brasileira, de forma criptografada, com tecnologia blockchain, o que dá mais confiabilidade”. explica Cárnio.
Assim como o Brasil, o Reino Unido também avalia lançar sua própria criptomoeda. Uma versão digital da libra esterlina apoiada pelo banco central permitiria potencialmente que empresas e consumidores mantivessem contas diretamente com o banco e contornassem outros ao fazer pagamentos, alterando o papel dos credores no sistema financeiro.
Apesar de o estudo estar em curso, o presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, disse em maio que criptomoedas e ativos semelhantes são um perigo para o público, reiterando sua preocupação de longa data com essa classe de ativos.