26 de novembro de 2024
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Revista francesa relaciona dinheiro do PSG para contratar Messi com os Talibãs

Revista francesa relaciona dinheiro do PSG para contratar Messi com os Talibãs

A capa da Charlie Hebdo, revista satírica francesa, vinculou os Talibãs, grupo extremista que retomou o poder no Afeganistão, ao Paris Saint-Germain. Com o título de “Talibã: É pior do que pensávamos”, a revista retrata mulheres completamente cobertas com a burca com o nome Messi e o número 30 nas costas. O atacante argentino vestirá a camisa 30 no PSG e as mulheres foram, no primeiro regime do Talibã à frente do Afeganistão, entre 1996 e 2001, o grupo mais oprimido do país, impossibilitadas de estudar e praticar esportes, entre outras restrições.

O PSG pertence ao Qatar Sports Investiment, grupo ligado ao governo do país do Oriente Médio, que é apontado como um dos financiadores do grupo extremista afegão depois que ele foi tirado do poder, após a chegada dos militares dos Estados Unidos ao país, em 2001.

A Charlie Hebdo é conhecida pelo tom crítico ao conservadorismo religioso de cristãos, judeus e islâmicos. Por causa das charges críticas aos extremistas islâmicos, já foi alvo de dois ataques. Em 2011, uma bomba explodiu em seu escritório, sem deixar vítimas. Em 2015, homens armados entraram na redação, mataram 12 pessoas e feriram outras 11. O grupo terrorista Al-Qaeda assumiu a responsabilidade pelo ataque.

O time de Paris foi comprado pelo fundo de investimentos vinculado ao governo do Qatar em 2011, e desde então e relação entre o clube e o país é baseada em dois termos: soft power e sportswashing. A ideia de soft power, concebida pelo cientista político norte-americano Joseph Nye nos anos 1990, diz respeito à influência de um Estado através de aspectos culturais e ideológicos, em detrimento da dominação econômica e bélica. Já o sportswashing é o uso do esporte para melhorar sua imagem aos olhos do mundo.

Nenhum regime gastou tanta energia e dinheiro nesse projeto quanto o do Qatar. Além da chegada do PSG à final da Champions, o país sediará a Copa do Mundo de 2022, menos de duas décadas após inaugurar a Academia Aspire, um megacomplexo esportivo para recrutar e moldar talentos.

Há também aspectos econômicos que causam rejeição a esses “investidores”. Clubes como o PSG inflam ainda mais as cifras do mercado. Não é coincidência que as duas transferências mais caras da história do futebol — e de longe — tenham sido feitas pelo time de Paris: a de Neymar, por 222 milhões de euros, e a de Mbappé, por 180 milhões.




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