O presidente dos EUA, Joe Biden, disse na quarta-feira (20) que está preocupado com os mísseis hipersônicos da China, dias depois de uma reportagem indicar que Pequim havia testado uma arma hipersônica com capacidade nuclear.
Questionado por repórteres quando embarcava no Air Force One para uma viagem à Pensilvânia se estava preocupado com os mísseis hipersônicos chineses, Biden disse: “Sim”.
As armas hipersônicas viajam na atmosfera superior a velocidades mais de cinco vezes acima da velocidade do som, ou cerca de 6.200 km/h.
O Financial Times informou no fim de semana que a China testou uma arma em agosto que voou pelo espaço e circulou o globo antes de se dirigir a um alvo que errou. O Ministério das Relações Exteriores da China negou a informação.
O teste ocorreu enquanto os Estados Unidos e seus rivais globais aceleram o ritmo para construir armas hipersônicas – a próxima geração de armas que roubam dos adversários o tempo de reação e os mecanismos tradicionais de derrota.
“As armas hipersônicas são uma virada de jogo estratégica com potencial perigoso de minar fundamentalmente a estabilidade estratégica como a conhecemos”, disse o senador Angus King, do Maine, na segunda-feira (18).
“Os EUA não podem retardar este desenvolvimento ou permitir pontos cegos enquanto monitoramos o progresso de nossos concorrentes”, acrescentou King.
A Casa Branca levantou preocupações sobre a tecnologia de mísseis hipersônicos chineses por meio de “canais diplomáticos”, disse a porta-voz Jen Psaki a repórteres na quarta-feira (20).
Em setembro, a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa do Pentágono testou com sucesso uma arma hipersônica capaz de atingir velocidades cinco vezes maiores que a do som. Foi o primeiro teste bem-sucedido da classe de arma desde 2013.
Empresas como a Lockheed Martin e Raytheon Technologies trabalham para desenvolver a capacidade de arma hipersônica dos Estados Unidos.
Armas hipersônicas são potenciais “armas de pesadelo”, disse King. “As implicações dessas armas em desenvolvimento pela China ou Rússia podem ser catastróficas.”