Uma semana após a queda do Vitória para a Série C, o presidente em exercício do clube, Fábio Mota, afirmou que o orçamento do Leão será de cerca de R$ 27 milhões no próximo ano. A redução é de 32% do orçamento estipulado para 2021, que foi de R$ 40 milhões.
“No ano passado [2021], tivemos um orçamento de R$ 40 milhões. Com a suplementação aprovada, no próximo ano estimamos um orçamento de R$ 27 milhões”, disse Fábio Mota durante a apresentação do planejamento do Vitória para 2022.
Como o orçamento é uma estimativa do que o clube conseguirá arrecadar durante o ano, para chegar ao número de R$ 27 milhões o Vitória terá que acrescentar receitas e cortar custos. Nesse segundo caso, a redução será no quadro de funcionários.
Na análise realizada pela atual gestão, o rubro-negro terá que reduzir em pelo menos 50% o número de colaboradores, o que inclui não apenas jogadores e comissão técnica, mas também funcionários de outros setores.
As demissões já começaram. Nos últimos dias deixaram o clube nomes como o preparador Ednilson Sena, o técnico do Sub-20, Lucas Grillo, o fisiologista Alexandre Dortas e o Flávio Tanajura, ex-jogador do Leão e que trabalhava no Vitória desde 2007.
Entre os jogadores, todos os atletas que têm contrato encerrando no final do ano foram comunicados de que não vão ter os vínculos renovados. As exceções ficam por conta do volante João Pedro, que teve os direitos econômicos comprados pelo time baiano, e o atacante Dinei, que vai ter o contrato prorrogado até se recuperar da lesão no joelho. O Vitória, no entanto, tem interesse em manter o jogador para a Série C.
“A estrutura do clube custa cerca de R$ 3,5 milhões e nesse próximo ano não temos como bancar. Fizemos demissões, agradecemos a todos os trabalhos prestados, mas nesse momento não temos condições de manter”, explicou Fábio Mota.
Já entre as receitas para o próximo ano, o presidente interino disse que o clube negocia com patrocinadores, mas o foco maior está na venda de ativos (jogadores formados nas categorias de base) e no plano de sócios torcedores. A meta do rubro-negro é formar uma base de cerca de 15 mil associados, o que permitiria ao clube manter uma folha mensal de R$ 600 mil.
Vale destacar que na Série C o Vitória não terá direito a cota de televisão, como acontece na Série A e na Série B. A CBF banca apenas os custos de passagem e hospedagem. Com a eliminação no pré-Nordestão, o Leão a cota de cerca de R$ 2 milhões do torneio regional. Já na Copa do Brasil, o valor que o clube teria direito pela participação na primeira fase foi antecipado em 2021. Resta apenas a cota do Campeonato Baiano, que é de cerca de R$ 900 mil.
“Precisamos captar, precisamos de recursos. Estamos trabalhando nisso. Tem várias sondagens por diversos jogadores do clube. Temos que lembrar que precisamos valorizar nossa base. Não é pelo fato de o Vitória estar passando por um momento difícil financeiro que pode sair vendendo por qualquer preço. Tem consequência disso. Oficialmente não tem nenhuma proposta por jogador. Várias sondagens, mas proposta não tem nenhuma”, disse Fábio.
“A torcida, no fim da Série B, abraçou o Vitória, mostrou que, quando é bem tratada, quando é valorizada, ela é nosso maior patrimônio. Precisamos, e fica aqui o desafio de ter 15 mil sócios no clube. Hoje os sócios que temos nos dão uma receita pequena. Para ter uma ideia, para a gente ter uma folha de R$ 600 mil, a gente precisa ter 15 mil sócios”, completou.