25 de novembro de 2024
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Bellintani assume responsabilidade por queda do Bahia; time deve perder R$ 40 milhões em receita

Bellintani assume responsabilidade por queda do Bahia; time deve perder R$ 40 milhões em receita

Minutos depois da derrota para o Fortaleza por 2 a 1 no Castelão, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, concedeu entrevista e assumiu toda a responsabilidade pelo rebaixamento. O dirigente reconheceu que a diretoria errou na condução do futebol no ano.

“Toda raiva e toda decepção que o torcedor teve comigo, e tem neste momento, é absolutamente compreensível. Sou o grande responsável pelo que aconteceu, as decisões foram tomadas por mim ou autorizadas por mim. Mas dentro de algum nível temos que ter tranquilidade para recolocar o Bahia na rota da primeira divisão do Campeonato Brasileiro”, iniciou Bellintani.

“Nada do que eu disser vai mudar um milímetro do que o torcedor está sentindo, mas eu errei tentando acertar, baseado em informações que eu tive, os recursos que eu tive”, completou.

Bellintani foi questionado sobre a grande reformulação do elenco prometida ao fim da temporada 2020, quando o time também brigou contra o rebaixamento. No entanto, admitiu que a mudança que implantou no clube não surtiu efeito. O presidente disse ainda que o título da Copa do Nordeste causou uma certa ilusão de que o elenco poderia fazer mais.

Perda de receita – O orçamento para o próximo ano deve ser apresentado pela diretoria ao Conselho Deliberativo nos próximos dias, mas já é possível saber que o Bahia vai ter uma queda significativa nas receitas. O impacto principal decorre dos direitos de transmissão, popularmente chamados de cotas de TV.

O orçamento do clube neste ano de 2021 prevê arrecadação de cerca de R$ 55 milhões com a disputa do Brasileirão. Na Série B, no entanto, as cifras serão muito menores. Com o fim da cláusula “paraquedas”, os quatro rebaixados não recebem mais no primeiro ano de segunda divisão a cota a que teriam direito na elite. Tomando como base a Série B deste ano, o valor que o tricolor receberá vai cair para cerca de R$ 7,2 milhões. Ou seja, uma redução de R$ 47,8 milhões em relação a 2021. O baque representa 28% da projeção total de orçamento do clube, que é de R$ 171 milhões.

A perda de receita vai dificultar o cotidiano do clube e, naturalmente, isso impacta na montagem do time. Com o rebaixamento, jogadores como Gilberto, Rossi e Rodriguinho, todos em fim de contrato, dificilmente permanecerão no CT Evaristo de Macedo.

Aliás, o Bahia precisa voltar a se rearrumar administrativamente. Desde o início da pandemia, em 2020, o clube acumula prejuízos. Na temporada passada, por exemplo, o déficit do Esquadrão foi de R$ 52 milhões. A tendência é que feche no vermelho de novo.

Entre as consequências do rombo financeiro, a diretoria voltou a atrasar salário de jogadores e funcionários. Além disso, o Bahia descumpriu o acordo global que possui com o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª região (TRT) para o pagamento de dívidas trabalhistas. É um acordo pelo qual o clube destina mensalmente um valor para zerar a fila de credores.

“O Bahia registrou déficit de R$ 52 milhões em 2020, um valor histórico devido à pandemia. Enquanto esse déficit não for superado, o clube administra o fluxo de caixa com muita dificuldade, inclusive em relação às dívidas contraídas em gestões passadas, como é o caso da enorme dívida trabalhista gerida sob este referido acordo. Por um período longo, infelizmente não será possível manter o pagamento no ritmo que gostaríamos até que o imenso déficit registrado em 2020 seja recuperado”, argumentou o presidente Guilherme Bellintani sobre o descumprimento do acordo com o TRT.

Além da cota que terá direito por disputar a Série B, o Bahia vai receber valores referentes a outros campeonatos que participará. Já tem garantido cerca de R$ 1,9 milhão pela fase de grupos da Copa do Nordeste e R$ 900 mil pelo Campeonato Baiano.

O clube vai arrecadar em premiação também na Copa do Brasil. A CBF ainda não divulgou os valores para o próximo ano, mas como atual campeão da Copa do Nordeste, o Esquadrão entrará nas oitavas de final da competição. Em 2021, os clubes receberam R$ 2,7 milhões nessa etapa. Os valores aumentam à medida que as equipes vão passando de fase.

A Série B 2022 será, mais uma vez, recheada de campeões brasileiros. Bahia, Grêmio e Sport se juntam a Vasco, Cruzeiro e Guarani, que não conseguiram o acesso este ano.




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