O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse nesta terça-feira (22) que o seu país tomou medidas para interromper o processo de autorização do início da operação do gasoduto Nord Stream 2, que transportaria gás da Rússia até a Alemanha pelo Mar Báltico. Scholz disse a repórteres em Berlim que seu governo tomou a medida em resposta às ações de Moscou na Ucrânia.
O gasoduto foi concluído em setembro e atualmente esperava autorização para entrar em operação. Em dezembro, Putin disse que o gasoduto estava pronto para operar.
O projeto foi muito criticado pelos Estados Unidos e por alguns países europeus, em especial do Leste, que defendiam que a obra aumentaria a dependência da Europa do fornecimento do gás russo. Os EUA também tinham interesse em vender para os europeus seu próprio gás liquifeito.
Scholz disse que o governo decidiu “reavaliar” a certificação do gasoduto após o governo de Vladimir Putin reconhecer a independência de duas regiões separatistas ucranianas e enviar forças do Exército russo para a área. O chanceler pediu ao Ministério de Economia e Tecnologia que tome as medidas administrativas necessárias para que o gasoduto não possa ser certificado por enquanto.
— Isso parece técnico, mas é a medida administrativa necessária para que não haja certificação do gasoduto. E, sem essa certificação, o Nord Stream 2 não pode começar a operar — disse Scholz a repórteres.
O chanceler condenou a decisão de Putin de reconhecer as autoproclamadas Repúblicas Populares de Luhansk e Donetsk como Estados independentes, classificando-a como uma grave violação do direito internacional.
— A situação esssencialmente mudou.
A sanção é a mais dura retaliação tomada contra a Rússia até agora. Espera-se que Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido também anunciem medidas de punição à Rússia hoje.
Com suas ações no Leste da Ucrânia, Putin não apenas viola os Acordos de Minsk, de 2015, que tratam do fim do conflito entre os separatistas e o Exército ucraniano, mas também a Carta da ONU, que prevê a preservação da integridade territorial e da soberania dos Estados.
Mais sanções – Ao menos Estados Unidos e o Reino Unido já anunciaram que vão introduzir tais medidas contra os russos. Na madrugada desta terça-feira (22), o Japão também afirmou que “está pronto” para se unir aos EUA e outras nações do G7 na aplicação de sanções.
A União Europeia deve decidir sobre o uso de sanções em uma reunião de ministros das Relações Exteriores europeus, na tarde desta terça (22), mas o chanceler da França e um representante da UE já adiantaram que o bloco “obviamente” vai aplicá-las.
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