O prefeito Clóvis Roberto Almeida de Souza do município de Canavieiras, no Sul da Bahia, foi condenado pela Justiça Eleitoral por abuso do poder de autoridade. Segundo sentença, as provas indicam que Clóvis Almeida, que é médico, realizou partos no hospital local para conseguir votos e ainda utilizou das redes sociais para se promover. Clóvis, portanto, perdeu o mandato e foi decretado inelegível por oito anos.
O gestor alegou que só realizava os procedimentos em situações emergenciais. No entanto, de acordo com o documento, Clóvis chegou a fazer postagens comemorando ter realizado mil partos no município. Com a decisão, o político teve também o diploma cassado.
Além de Clóvis, também foi condenado na mesma ação o vice-prefeito, Paulo Cezar Ramos Carvalho, por se beneficiar das condutas ilícitas enquanto companheiro de chapa na eleição do primeiro réu. Paulo também teve o diploma cassado.
De acordo com a defesa de “doutor Almeida”, como é conhecido na cidade, o prefeito não pode negar atendimento a nenhum cidadão, e alega que há falta de um médico obstetra no município, motivo pelo qual o prefeito realizou os procedimentos. A defesa de Clóvis Roberto Almeida de Souza irá recorrer da decisão.
Outras denúncias
Clóvis também foi denunciado pelo Ministério Público por compra de votos e por distribuição irregular de cestas básicas. Segundo a denúncia, o gestor teria montado um esquema ilícito pra captar recursos financeiros que teriam custeado a campanha política.
O MP-BA também apontou que Clóvis estaria realizando o pagamento de contas de consumo de água, compras de bujão de gás. No entanto, a decisão do juiz eleitoral Eduardo Gil Guerreiro indica que não há provas contundentes para essas últimas denúncias.
Além de desconsiderar a prova de um áudio gravado sem o consentimento do acusado, o documento afirma que “apenas um testemunho não é prova suficiente para dar ao juízo a certeza necessária para uma condenação que pode tirar o candidato eleito do exercício do mandato”.
O juiz finaliza a sentença reforçando que Clóvis negligenciou a contratação de médicos obstetras no municípios para se beneficiar eleitoralmente, “passando uma imagem positiva de si mesmo aos eleitores”.
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