A vice-presidente do Parlamento Europeu e eurodeputada grega Eva Kaili, acusada num escândalo de corrupção relacionado com o Catar, se declara inocente e nega ter recebido dinheiro, afirmou um dos seus advogados, Michalis Dimitrakopulos, nesta terça-feira. Eva está em prisão preventiva na Bélgica e foi destituída do cargo de vice-presidente do Parlamento Europeu por 625 votos a favor, um contra e duas abstenções. Ela já havia sido afastada oficialmente de suas funções como vice no fim de semana pela presidente do Parlamento, Roberta Metsola, mas o voto era necessário para tirá-la do cargo.
— Eva Kaili não tem nada a ver com o financiamento do Catar, nada, explicitamente e inequivocamente. Essa é a posição dela —, declarou Dimitrakopoulos ao canal de televisão grego OPEN. O advogado acrescentou ainda que Eva “não exerceu nenhuma atividade comercial na sua vida”.
Quanto ao pai de Eva, que, segundo a imprensa, foi detido quando tentava fugir com sacos cheios de dinheiro, o advogado esclareceu que as autoridades belgas não lhe impuseram condições restritivas e que, se quiser, “é livre de regressar para a Grécia”.
Apelidado de “Catargate”, o escândalo que estourou na sexta é um dos maiores da história recente do bloco europeu e resultado de meses de investigação, segundo o jornal Le Soir. A Justiça belga, que não cita o Catar pelo nome, afirma que um país do Golfo Pérsico ofereceu “quantidades substanciais de dinheiro” ou “subornos importantes” a pessoas com uma “posição política ou estratégica significativa” no Parlamento Europeu para “influenciar nas decisões políticas”.
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