A posição de neutralidade do Brasil na disputa entre Rússia e Ucrânia pode estar por trás do embargo à exportação de veículos de guerra fabricados no interior de Minas Gerais. É o que relataram à TV CNN Brasil fontes do Ministério da Defesa que estão a par das negociações. Oficialmente, a pasta não comenta o caso.
Ao menos cinco blindados Guarani, produzidos pela Iveco juntamente com o Exército, estão prontos para seguirem rumos as Filipinas.
A compra foi feita em 2021, numa negociação intermediada por uma empresa israelense, e prevê a entrega de mais 23 veículos.
No entanto, o envio da primeira leva está suspenso. O motivo seria um embargo feito pela Alemanha, que detém a propriedade intelectual de alguns componentes do blindado.
Segundo apurou a CNN, o veto está ligado ao fato de o Brasil negar a venda de munição de tanques de defesa antiaérea para a Alemanha repassar à Ucrânia.
Tanto Jair Bolsonaro (PL), quanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentaram publicamente resistência no apoio com material ou pessoal aos países envolvidos no conflito.
Recentemente, Lula recebeu em Brasília o chanceler alemão, Olaf Scholz. O presidente do país europeu, Frank-Walter Steinmeier, também esteve na capital reunido com autoridades do governo federal no início de janeiro.
Em ambas as agendas, questões relacionadas a Defesa estiveram em pauta. Em uma das ocasiões, Lula chegou a afirmar que “o Brasil não tem interesse em enviar munições para que sejam usadas na guerra entre Ucrânia e Rússia”.
A CNN procurou a Embaixada da Alemanha para tratar do assunto, mas até o momento não houve posicionamento. Os fabricantes do blindado Guarani, Iveco e Exército, também foram procurados.
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